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Carnaval dos bichos

    Menino aguarda o início do Cordão da Bicharada em Juaba, no Pará

portfólio

Carnaval dos bichos

Um ensaio fotográfico no interior do Pará

Raimundo Paccó | Edição 189, Junho 2022

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Durante o Carnaval no distrito de Juaba, no interior do Pará, é quase impossível encontrar odaliscas, pierrôs, piratas e diabinhas saltitando pelas ruas. Mais fácil é se deparar com foliões fantasiados de araras-azuis, onças-pintadas e bichos-preguiça. Eles fazem parte do Cordão da Bicharada, que por causa da pandemia suspendeu seus desfiles em 2020 e somente neste ano voltou para a festança realizada entre 26 de fevereiro e 1º de março.

O cordão foi criado em 1975 por Zenóbio Gonçalves Ferreira, um ex-morador de Juaba, e hoje é um dos blocos mais famosos do Carnaval das Águas, que acontece na cidade de Cametá e em seus distritos – localidades banhadas pelo caudaloso Tocantins (o segundo maior rio totalmente brasileiro, depois do São Francisco). Na época em que o cordão surgiu, em plena ditadura militar, pouco se falava de crise ambiental no Brasil. Mas foram o desmatamento da Amazônia e a ameaça à fauna que estimularam Mestre Zenóbio, como é conhecido, a criar as fantasias e organizar o bloco, com canções carnavalescas próprias e encenações teatrais que homenageiam os bichos, reunindo no mesmo pé de igualdade dezenas de mamíferos, aves e répteis.

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