cartas_discursos
| Edição 47, Agosto 2010
EX-PRESIDENTES
Gostaria de sugerir o fim da limitação das reeleições para a Presidência e demais cargos do poder executivo (“Profissão: ex-presidente”, piauí_46, julho 2010). Ora, se o povo decide que determinado governante está fazendo um bom trabalho, por que impedi-lo de ser reeleito duas, três ou mais vezes sucessivas? Democracia não significa respeitar a vontade do povo? Que sua vontade seja obedecida!
ERICO TACHIZAWA_RIO DE JANEIRO/RJ
NOTA DA REDAÇÃO: Erico, sua sugestão pode contar com uma legião de entusiasmados adeptos em Brasília.
O Brasil é a história da depredação de colonos por donatários. De uma endemia corrupta de 500 anos. De um grande discurso oligárquico e demagogo.
JADIELSON ALEXANDRE DA SILVA _ARAPIRACA/AL
Quero congratular-me pela excelente matéria “Profissão: ex-presidente”. Peço apenas que registre que não lamentei o tratamento de “Sarney” pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco. Somos velhos amigos e nos tratamos assim. Eu também assim os trato, informalmente, exceto de público.
JOSÉ SARNEY_BRASÍLIA/DF
CHICO BUARQUE
Fiquei muito desapontada (decepcionada, desiludida) com o texto de Francisco Buarque (“Os dicionários de meu pai”, piauí_45, junho 2010). Como uma pessoa de índole (propensão natural, disposição, inclinação, gênio, caráter, temperamento) tão dadivosa (de quem tem violão e razão pra gente não chorar), teria este sentimento tão egoísta (egocêntrico, autocentrado) de não querer compartilhar com nós mortais (a minha gente sofrida) o acesso ao dicionário analógico. Agora finalmente poderemos todos, não só compor canções, mas fazê-lo com o mesmo nível de sofisticação que o sr. Francisco Buarque; seu segredo foi desvendado (descoberto, revelado).
VITÓRIA TABORDA_ RIO DE JANEIRO/RJ
DIAMANTES NEGROS
Não costumo encrencar com jornalistas que me retratam de forma caricatural. Contudo, a forma como fui descrito na longa reportagem “Diamantes negros” (piauí_43, abril 2010), enfraquece os pontos de vista que externei sobre a situação política atual na África do Sul, e transforma em chacota a posição que emiti em nome do partido majoritário no governo. Me parece altamente improvável que o seu leitor considere sérias e objetivas as posições de um entrevistado retratado como “alto e magro como uma escultura de Giacometti, só que com óculos de grossa armação azul”. Espero que isso não represente a impressão pessoal da repórter de que [no meu país], sobretudo os africanos são figuras subnutridas que lembram as esculturas de Giacometti.
MOLOTO MOTHAPO_JOANESBURGO/ÁFRICA DO SUL
RESPOSTA DA DANIELA PINHEIRO: Meu caro Mothapo, te achei lindo como uma escultura de Giacometti com óculos de armação azul.
CRÉDITO
Faltou, na seção Colaboradores da piauí_46, julho 2010, a menção ao dr. Stefan Jellinek (1871–1968), médico austríaco, autor de Elektroschutz in 132 Bildern, compêndio sobre formas de ser eletrocutado (e, possivelmente, sobre como evitá-las), do qual foram retirados os desenhos que ilustram as páginas 42, 44, 46, 50, 60 e 61.
Se vocês souberem mais sobre o ilustre doutor e sua obra, agradeço a informação.
DANIEL ÁVILA _SÃO PAULO/SP
NOTA DA REDAÇÃO: O crédito para Stefan Jellinek, e a menção ao compêndio Eletrocussão em 132 Imagens (inédito no Brasil), está acoplado às ilustrações, cujos direitos foram adquiridos pela piauí junto à Bibliothek Technisches Museum, de Viena (http://www.tmw.ac.at/).
HAICAIS
Que belas as fotos da matéria “Iguaçu” (piauí_45, junho 2010), de Marcos Sá Corrêa! Encontrei nessas imagens uma boa oportunidade para criar. Como forma singela de agradecimento, estou anexando alguns haicais que escrevi a partir delas. Espero que gostem.
CÉSAR AZEVEDO_PORTO ALEGRE/RS
Andorinha em bando
Rasga cortina invisível
Pedra catarata
Na foz plana a garça
Grassa entre água e rocha
Revoada de graça
Abre-lenta-fecha
Lê-se: oitenta-e-oito
Asa-de-borboleta
Blefe de lagarta
Disfarce de cor e forma
Qual lado a cabeça?
Sol nas quedas-d’água
A manhã iridescendo
Maracanãs brincam