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    O caminho que passa por Guaribas: “Não há nenhuma perspectiva econômica para uma cidadezinha sem conexão com outros mercados, ou ligada ao mundo exterior por uma estrada que demora uma hora e meia para ser percorrida num burrico” FOTO: LALO DE ALMEIDA_2020

anais da desigualdade

A estrada e os pobres

As idas e vindas, os desvios e percalços no combate à pobreza no Brasil

Rafael Cariello | Edição 163, Abril 2020

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A picape em que viajávamos, mais vistosa do que potente, entrou na cidadezinha do semiárido nordestino em marcha lenta. Caracol, com suas casas baixas e muros de cores desbotadas, fica no Sul do Piauí. Para nós – o fotógrafo Lalo de Almeida e eu –, era um fim de linha. Até então tínhamos vindo bem, cerca de 400 km numa estrada pavimentada, em condições razoáveis, desde Petrolina, no extremo Oeste de Pernambuco. Dali em diante, não haveria mais asfalto.

Para chegar ao próximo destino, Guaribas, era preciso vencer pouco mais de 50 km numa via de terra que faz lembrar a superfície lunar, tem a cor alaranjada do saibro e condições de tráfego que variam de precárias a calamitosas, a depender das chuvas. Na época da seca, leva-se pouco mais de uma hora para percorrê-la. Quando repleta de poças e barro deslizante, pode exigir o dobro disso.

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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