Gal em 1979: Durante a pandemia, ela ficou emocionada ao ver tantos jovens escutando discos de músicos da sua época – fenômeno que identificou no Instagram. “Minha geração é foda, né?” CRÉDITO: TEREZA EUGÊNIA_1979
Gal, para sempre legal
Os últimos dias da cantora e o séquito de jovens em seu velório
Thallys Braga | Edição 195, Dezembro 2022
Gal Costa tinha o costume de se deitar quando o dia estava prestes a nascer, perto das seis da manhã, e só despertava no meio da tarde. Por isso, mesmo que fizesse um show apenas em determinada cidade, sua estadia precisava durar no mínimo três dias: ela chegava na véspera para descansar com calma, acordava na tarde do dia da apresentação, e depois de soltar a voz por uma hora e meia voltava ao hotel para repousar antes de seguir viagem, no dia seguinte. Não era uma rotina mansa para uma mulher de 77 anos, e por vezes Gal confessava se sentir cansada. Ainda assim, na maior parte do tempo demonstrava entusiasmo para subir ao palco e vibrava ao saber que a plateia estava cheia de jovens.
No dia do último show de sua vida, em 17 de setembro passado, Gal descansou em sua própria casa, no bairro paulistano dos Jardins. Era sábado, ela acordou mais cedo que o habitual, ao meio-dia, e escreveu logo uma mensagem no WhatsApp para sua produtora e assistente pessoal: “Giovana, mudei de ideia, vou querer ir pronta para o show. Imagino que aí precisaremos sair [de casa] às 19h30.”
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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