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O homem nu contra os extremistas

    Wagner Schwarz e a escultura L’Homme, de Pierre Traverse, em Paris: em 30 de setembro de 2017, circulou por redes sociais a notícia veiculada de que ele tinha sido morto a pauladas CRÉDITO: JULIO BITTENCOURT_2023

anais do extremismo

O homem nu contra os extremistas

Como o bailarino Wagner Schwartz enfrentou seu linchamento depois de uma performance no Museu de Arte Moderna de São Paulo

João Batista Jr. | Edição 203, Agosto 2023

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Pouco depois das sete da noite do dia 20 de outubro de 2017, Wagner Miranda Schwartz foi até o banheiro e começou a construir seu disfarce. Diante do espelho, o homem de 1,86 metro, olhos verdes e fala suave colocou um bigode preto falso, ajustou os óculos e finalizou com um boné. Depois, ligou para um taxista conhecido, que o levou até o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, acompanhado da amiga e produtora Gabi Gonçalves.

Ao fazer o check-in do voo 8108 da Latam, com destino a Paris, Schwartz conseguiu um assento na classe econômica, perto da saída de emergência, o que lhe permitia ficar um pouco afastado dos demais passageiros. Na entrada do embarque internacional, ele e Gonçalves se despediram com um abraço silencioso – e pela primeira vez depois de muito tempo Schwartz se viu sozinho. Enquanto esperava pela chamada do voo previsto para decolar às 22h35, ele passou o tempo olhando o celular, o que tinha dupla serventia: evitar o contato visual com as pessoas e manter informados os amigos e familiares, todos muito preocupados com aquela viagem.

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