Leitores apontam anacronismos da vida urbana e consideram a realidade melhor do que a ficção
| Edição 67, Abril 2012
MERCADANTE
Em virtude do posicionamento físico nas entrevistas e fotos da Presidente Dilma, o ministro Mercadante incorporou o verdadeiro papagaio de pirata. Portanto sugiro que lhe de algum espaço em suas matérias, a que o dito cujo tanto quer aparecer.
LAERTES MARCONDES LOPES, Curitiba (PR)
PROUST – DO PÊNDULO AO CALENDÁRIO
Prezado Mario Conti (Proust – Do pêndulo ao calendário, piauí_65, fevereiro), para sanar as exigências de tempo e concentração para ler Em Busca do Tempo Perdido aliamos um Clube do Livro, intercalando os volumes com outras obras e em cada mês promovemos reuniões para discutir o conteúdo. Já terminamos o quinto volume e na última reunião houve a contribuição de sua matéria da revista Piauí. Grata, clube Ítalo Calvino
ZAIRA BEATRIZ MORATO, Vitória (ES)
TRAVESSEIRO
Quero compartilhar minha experiência com os amigos leitores! Sempre leio minha revista no metrô de SP, percorro 20 estações até chegar ao trabalho. Com o formato da revista é grande e sempre diagramada em 4 colunas, consigo fazer um “rolo” e deixar visível apenas a coluna que estou lento. Pois bem, hoje terminei minha leitura da edição 66. “Estação Paraiso, desembarque pelo lado direito do trem!” _ Nossa, um lugar vago, e na janelinha! Sentei e instintivamente coloquei a revista, que ainda segurava, encostada na janela e pimba! um travesseiro!! Ele é fantastico, conforme o metrô balança, a revista amorcete e dá uma sensação de proteção! Dormi! Faltou pouco pra eu voltar pra eu passar algumas estações do meu destino…
LISTROMAN, São Paulo (SP)
A FAVELA E SUA HORA
Parabéns a Bruno Carvalho (A favela e sua hora, piauí_67) pela reportagem da edição 67!!
SERGIO MARCONE SANTOS, FEIRA DE SANTANA (BA)
O SOCIAL DA REDE
Renato Terra, parabéns pelo “tipo brasileiros” (O Social da Rede, piauí_66) da edição de março! Hilário, preciso, realista!
NANDO CARPAN
SARGENTOS
Ao ler a matéria foi palpável a sensação de angústia e impotência desses dois homens diante de uma instituição chefiada por corruptos e acéfalos. Não bastasse a vergonha pelo passado recente das Forças Armadas no tratamento dos civis, agora nos deparamos com os abusos e torturas contra seus próprios membros.
RENATO HENRIQUE TORRES POLLI, Florianópolis (SC)
SARGENTOS
Parabéns a Consuelo Dieguez pela matéria “Acossados” (piauí_66, março). A leitura do texto me deixou com vergonha de ser brasileiro. Pior foi descobrir que a presidente Dilma concedeu uma honraria à procuradora do Ministério Público que infernizou a vida do casal; acreditem, está no Diário Oficial da União de 26 de maio de 2011.
MATHEUS TEIXEIRA, Porto Alegre (RS)
SARGENTOS
Causou-me enorme estupefação constatar que os tempos ditatoriais não passaram para os integrantes da caserna. Excelente a reportagem. Se a intenção era mostrar o anacronismo do Exército, piauí conseguiu.
LEILA COSTA PEREIRA, São Paulo (SP)
SARGENTOS
Há três peças que justificam ter comprado a revista de março: “A poeta e a pedra”, de Eucanaã Ferraz; “Não gosto de firula”, de Daniela Pinheiro; e “Acossados”, de Consuelo Dieguez – esta, digna do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
MYLTON SEVERIANO, Florianópolis (SC)
TREBELHOS
Devo ajoelhar-me para aplaudir as três grandes mulheres que, para mim, foram exemplares desde o segundo semestre de 2011 até a presente data: a ministra Eliana Calmon, a Fafá de Belém e, agora, a repórter Daniela Pinheiro.
A ministra e Daniela trebelharam em toda a reportagem (“Não gosto de firula”, piauí_66, março) e mais ainda na descrição da estrada que a ministra se obrigou a percorrer para chegar ao Superior Tribunal de Justiça, depois de ter esgotado todos os recursos oferecidos pelo seu próprio mérito e garra ética. Fantásticas as lutas e as exposições das etapas, dos palcos e dos momentos das lutas dessas duas guerreiras em seus respectivos tablados e as estratégias postas em prática.
Fafá de Belém, pela aguerrida e decidida luta para não ver nem o coração nem as riquezas sentimentais e materiais do seu querido Pará esfrangalhar-se e servir de pastos para alguns insaciáveis politiqueiros desumanizados, aloprados, desvairados e envenenados pela corrupção.
JOÃO BOSCO SOARES DOS SANTOS, Salvador (BA)
PÃO COM MANTEIGA
“Vim de baixo.” Essa é a frase que descortina a vida de Kalil (“O médico (e o) político”, piauí_65, fevereiro). Homem sofredor, que traz, no seu corpo, no seu consciente, no subconsciente e no inconsciente também, as marcas de uma dura infância. Privado de cachorro-quente quando menino, tinha que se contentar com um mísero pão com manteiga no recreio. É melhor parar por aqui. É uma história triste, mas ao mesmo tempo de superação, de fato emocionante. A exemplo da história de seu ilustre paciente, Lula, o Filho do Brasil, a vida sofrida e pobre de Kalil também daria filme. Sugiro: Forrest Gump 2 – Um Homem que Veio de Baixo.
ANDERSON DE OLIVEIRA VIEIRA, São Paulo (SP)
FICÇÃO?
A sensação que se tem ao ler a matéria “Gritomudonomuro”, de Bernardo Esteves (piauí_65, fevereiro), é a de que se está diante de um roteiro de filme, ou de um tema para romance. Uma das qualidades da revista é escavar por entre as ocorrências do cotidiano até encontrar histórias incríveis, que mais parecem ficção, e por não serem ficção soam mais interessantes ainda.
FLÁVIO SANTOS DE SOUSA, Volta Redonda (RJ)
SARKOZY
No artigo “Sem Saída”, Philip Gourevitch (piauí_66, março) relata que Bernard-Henri Lévy “surgiu como a força motriz por trás do interesse súbito e intenso de Sarkozy em liderar a intervenção militar internacional na Líbia”. Nada mais equivocado. Conforme Jade Lindgaard e Xavier de la Porte descrevem em The Impostor: BHL in Wonderland, foi Sarkozy quem encorajou BHL a entrar em contato com o Conselho Nacional de Transição da Líbia, embora, na ocasião, uma missão oficial francesa já se lhe adiantara. Ao usar o multimidiático “filósofo”, Sarkozy, o presidente francês mais impopular desde 1968, na verdade almejava os pródigos superlativos dessa “Liz Taylor da intelligentsia” na mídia francesa, na ânsia de recuperar sua imagem junto ao desiludido eleitorado. Para BHL, que deixou de surfar na primeira onda dos levantes árabes no início de 2011, a ocasião era mais que oportuna para recuperar o tempo perdido na praia política. Jacques Derrida bem definiu BHL como o típico intelectual midiático: o que faz uso de uma causa, em vez de servi-la.
LUIZ MARIANO DE CAMPOS, Rio de Janeiro (RJ)
PULMÕES AGRADECEM
Costumava correr há algum tempo, e estava pensando em voltar. O depoimento de Ricardo Lísias (“A corrida”,piauí_65, fevereiro), além de emocionante, colaborou para que eu retomasse esse hábito. Corri quatro dias seguidos (minhas panturrilhas não permitiram que eu corresse o quinto) e não pretendo parar mais. Meus pulmões de fumante agradecem.
STHEFANO VENGA PEREIRA, Uberlândia (MG)
ANISTIA
Sobre o artigo “Conciliação, de novo” (piauí_64, janeiro). Os “revolucionários comunistas” receberam anistia e hoje muitos deles administram o país. Então, aqueles que tentaram reprimir a comunização do Brasil, e evitaram que aqui se instaurasse uma China ou uma Cuba qualquer (famosos por seus métodos de controle populacional), também merecem anistia. A Justiça não pode ser MAIS funcional apenas para um dos lados. Acorda, Brasil!
BRUNA POZZEBON, Arraial do Cabo (RJ)
ISLÂNDIA
No artigo “A ilha-laboratório” (piauí_65, fevereiro), de João Moreira Salles, há uma menção a Ólafur Elíasson como se ele fosse músico e professor de piano. Até onde sei, Elíasson é conhecido por ser um artista plástico cujo trabalho envolve em geral instalações e esculturas. Como não há qualquer menção a essa ocupação, talvez o autor se referisse na verdade a Ólafur Arnalds, conhecido músico islandês. Mas continuei na dúvida: de quem se falava e quem está por trás da iniciativa chamada InDefence, Arnalds ou Elíasson?
NOTA DA REDAÇÃO: Sobrenomes são proibidos na Islândia e prenomes têm estoque limitado, o que faz com que o país seja o paraíso dos homônimos. Ólafur Elíasson não é o escultor internacional, cuja agenda abarrotada não contempla brechas para organizar referendos contra o pagamento de dívida. É o pacato músico e professor de piano citado na reportagem.
MATHEUS VINHAL, PARIS/FRANÇA
ISLÂNDIA
Simon Johnson, ao encerrar sua participação na conferência de Reykjavík, concluiu que “o mundo não é amigo de ninguém, o sistema financeiro internacional não é amigo de ninguém – essas seriam as lições que o país aprendeu”.
Será que o mundo não é mesmo amigo de ninguém? Quem é o mundo? O mundo é o capital internacional, é isso? Se não existisse o capital internacional ou se conseguíssemos nos arranjar sem ele, não haveria “o mundo”? E quem é esse tal de “capital internacional”? Uma entidade autônoma, independente de pessoas? Ou não? Quais são os nomes das organizações e das pessoas que estão por trás desse “capital internacional”? Por mais numerosas que sejam, sempre dá para apurar e até fazer um ranking das mais influentes…
E outra: até quando nos seduziremos mutuamente com a ideia de que só o consumo vai preencher as nossas lacunas existenciais? Será que, se deixássemos de nos seduzir mutuamente pelas ideias do capitalismo, o mundo ainda não seria amigo de ninguém?
Só me ocorre que de nada adianta reclamar desse sistema que nos seduz e escraviza a todos, e sim encontrarmos e praticarmos alternativas. E dada a gana que esse sistema tem contra a formação de Estados, talvez o fortalecimento dos Estados seja a solução. O fortalecimento dos Estados e a separação bem clara e definida entre o que é Estado e o que é iniciativa privada.
Iniciativa privada não dá pitaco no Estado e pronto. E o Estado apenas cuida para que a sociedade não seja prejudicada pela iniciativa privada e pronto.
MARCOS M. PICCIRILLO, São Paulo (SP)
LAERTE
Parabéns pelos cartuns musicais do Laerte (piauí_66, março). Isso, sim, é bom – e não Gotlib, que, esperamos, não volte mais.
LUCAS COTRIM, Campinas (SP)
ESQUINAS
Dá para voltar a não assinar os textos da Esquina? Nada pessoal contra nenhum autor, apenas perde-se um dos prazeres mais legais de ler esta seção. Sobretudo quando o texto é bom.
TIAGO CARPES, Porto Alegre (RS)
ESQUINAS
Esquina agora tem nome? E quem é que vai acreditar em mim quando eu digo que sou eu quem a escreve?
NOTA DA REDAÇÃO: Diga que, por modesto, você usa pseudônimos, Jonathas.
JONATHAS SOLER, São Paulo (SP)