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Minha bisavó matou um cara

    Ilustração de Roberto Rodrigues mostra o médico Manuel Dias de Abreu apalpando Sylvia Serafim: a imagem dela que se consolidou não foi a de feminista pioneira, mas a de louca assassina CRÉDITO: REPRODUÇÃO RETIRADA DA PRIMEIRA PÁGINA DO JORNAL CRÍTICA NÚMERO 346 DE 26/12/1929

anais da emancipação

Minha bisavó matou um cara

A história da jornalista e feminista Sylvia Serafim, que assassinou o irmão de Nelson Rodrigues

Sergio Schargel | Edição 196, Janeiro 2023

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É possível que você conheça esta história.

Em 26 de dezembro de 1929 – um dia depois do Natal –, a sórdida Sylvia Serafim invadiu a redação do jornal Crítica, da família Rodrigues, e assassinou a sangue-frio o genial ilustrador Roberto Rodrigues, no Rio de Janeiro. Ela estava enfurecida com o jornal que a mostrava como uma adúltera infame. Homem profundamente honesto e no fulgor da idade, Roberto Rodrigues, atingido com um tiro na barriga, agonizou nos braços de sua família por três dias enquanto a vilã gargalhava. As mães brasileiras ficaram chocadas com o duplo crime de Serafim: além de assassina, era jornalista. Embora tenha sido presa em flagrante, a rameira foi absolvida pelo júri. Como? Certamente por ser uma vagabunda apadrinhada por amantes que se supõem poderosos e por ter comprado os jurados com ajuda daquele pirata libidinoso do Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados. A Cadela das Pernas Felpudas, conhecida por ser a mocinha de todos em Petrópolis, mostrou seu verdadeiro caráter de meretriz sanguinária.

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