cartas_identidade de Gotlib é quase revelada
| Edição 26, Novembro 2008
INSTABILIDADE EMOCIONAL
Não sei se foi devido a alguma instabilidade emocional, mas, no metrô, comecei a rir descontroladamente ao ler The piauí Herald (piauí_25, outubro 2008). Tive que guardá-la porque as pessoas já estavam se afastando de mim.
ROGÉRIO AUGUSTO DE SOUSA_RIO DE JANEIRO/RJ
O CASEIRO FRANCENILDO
A reportagem sobre o Francenildo, Francelino, Lino, enfim, ficou fantástica (“O caseiro”, piauí_25, outubro 2008). Acho que, só de ler, consegui sentir uma fração da humilhação que ele viveu. Além do suspense, da -emoção, do estresse. O mundo precisa de profissionais para investigar e acompanhar, ano após ano, esses acontecimentos da vida pública que destroem pessoas.
CAROLINA MESTRINER_SÃO PAULO/SP
Parabéns pela matéria. De uma coisa temos certeza: o depoimento que ele deu sobre o ex-ministro Antonio Palocci foi verdadeiro. Se foi comprado ou não, nunca saberemos. Mas que importância tem isso diante da verdade?
LOURDES MACHADO VOLPATO_PATO BRANCO/PR
O BlogBrasil, de Época, não estreou com os extratos do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Seu post de estréia falava sobre o plano de governo do candidato do PSDB à presidência. Após a estréia do blog, entrou no ar o post sobre Francenildo. Na ocasião, quem ouviu a versão do suposto pai biológico de Francenildo não foi Andrei Meireles, mas um jornalista que deixou Época anos depois. Há na reportagem uma insinuação a respeito de um encarte publicitário da Caixa Econômica Federal, publicado na edição de Época posterior a que revelou os extratos. O encarte foi contratado mais de um mês antes que qualquer brasileiro tivesse ouvido falar de Francenildo Costa. A denúncia apresentada pelo procurador-geral da República confirma o rigor da apuração de Andrei Meireles. De resto, sua competência e seriedade são reconhecidas em todo o meio editorial.
HELIO GUROVITZ, diretor de redação de Época_SÃO PAULO/SP
CRÍTICO PROCURA
Particularmente boa a edição hamletiana (piauí_24, setembro 2008). A revista embasou as informações que costumo passar a meus alunos de história do teatro sobre a motivação bélica de Laurence Olivier ao fazer Henrique V, ou a razão da leitura freudiana de seu Hamlet. Uma coisa me intrigou: Por que apenas lamentar Sábato Magaldi como “o último crítico”? Procurei merecer a função de crítico nos últimos oito anos, na Folha de S.Paulo. Por que não criar o cargo de crítico de teatro na piauí? Abram a vaga, senhores. Competirei.
SÉRGIO SALVIA COELHO_SÃO PAULO/SP
ESPECIAL E PRÉ-SAL
Como leitor da revista desde o número 1, fiquei preocupado com o significado da frase colocada na capa da edição número 25: “Edição especial e pré-sal de segundo aniversário.” Espero que o objetivo da frase não tenha sido o de dizer que a piauí está chegando ao fundo do poço, e sim que abaixo dela (da capa) há uma riqueza a ser explorada.
AFRÂNIO BRENELLI_NITERÓI/RJ
AMANTE DE ZÉ FIDÉLIS
Ao ver o nome “Houbigant” na reportagem “A forma das fragrâncias” (piauí_24, setembro 2008), bateu-me efeito semelhante ao da madeleine em Marcel Proust. É que, lá pelo ano de 1946, aos 12 anos, o menino que ora lhes escreve era leitor do jornal humorístico Governador. O maior de seus humoristas era o Zé Fidélis, que imitava um português. O Zé Fidélis cantava, em um programa de rádio, este fado: “… e ela disse, meu amante, esse cheiro que tu sentes, é perfume de Houbigant.”
JOSÉ LOUBEH_UBERABA/MG
NATASHA
Lemos com muito prazer o belo conto de Vladimir Nabokov, “Natasha” (piauí_25, outubro 2008). No entanto, a revista deu uma informação incompleta: Nabokov teve uma de suas obras mais importantes publicada no Brasil, no final da década de 90, pela L&PM Editores. Trata-se do romance A Defesa, traduzido primorosamente por Luiz Fernando Brandão.
VERA REGINA SHIDA_PORTO ALEGRE/RS
DEIXEMÔ-LA
É verdade que não acertei a resposta a respeito de palavras não-dicionarizadas – as que julgava não constarem do nosso léxico encontrei, posteriormente, no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (piauí_25, outubro 2008). Em face da magnanimidade da revista, no entanto, creio-me merecedor do prêmio, a assinatura anual da revista, tendo em vista que encontrei em seu comentário uma palavra que não existe em qualquer dicionário: “deixemô-la”.
SÍLVIO NEVES FERREIRA_CAMPINAS/SP
A GARGALHADA CONTINUA
Conheci a piauí através de um ex-namorado. O namoro acabou, mas a paixão pela revista continuou. Notei o aumento no preço, mas a revista está impagável. Eu e meu filho, Felipe, de 15 anos, demos boas gargalhadas com “Eles não valem nada” (piauí_24, setembro 2008).
SILVIA LEITÃO_JOÃO PESSOA/PB
ISENÇÃO E INDEPENDÊNCIA
Com relação às levianas especulações sobre suposta pressão que a TV Globo teria feito no caso do médico Joaquim Ribeiro (“A escolha de Joaquim”, piauí_25, outubro 2008), envolvendo parente de nossos funcionários, basta verificar o amplo noticiário que demos a respeito para se confirmar a isenção e a independência que caracterizam o comportamento da TV Globo.
LUIS ERLANGER, CENTRAL GLOBO DE COMUNICAÇÃO_RIO DE JANEIRO/RJ
E AÍ, PRIMO?
Adorei a matéria “Exéquias” (piauí_24, setembro 2008). Gosto muito de animais e me aflijo só de pensar na morte, inevitável um dia, de minha cadela. Mas algo me inquietou além dessa aflição, perceber que o autor pode ser meu primo. O nome é o mesmo dele, e o sobrenome também. A pergunta que não quer calar é: E aí, tu és tu mesmo, Dafne?
VINICIUS CARLOS SAMPAIO MOTA_FORTALEZA/CE
CARO SÁBATO MAGALDI,
Nosso único encontro se deu quando você e sua esposa vieram assistir a um dos nossos espetáculos no Théâtre du Soleil, em Paris. Lembro-me de que vocês vieram conversar comigo ao final da peça. O carinho com o qual você foi recebido por nós era, de minha parte, também uma homenagem ao amigo respeitado e querido de meu pai, Pedro Octávio Carneiro da Cunha. Ao ler a reportagem “O último crítico” (piauí_24, setembro 2008), tive um choque: jamais pensei em xingar qualquer pessoa, quanto menos você.
Sinceramente,
JULIANA CARNEIRO DA CUNHA_PARIS/FRANÇA
GOTLIB CHANTAGISTA
Gotlib emprestou dinheiro para criar esse mensário? É caso de alguém importante daí? Está chantageando vocês? É um figurão disfarçado do governo? Que fato terrível possibilita sua permanência na publicação?
PAULO SERGIO DE AZEREDO COUTINHO_RIO DE JANEIRO/RJ
NOTA DA REDAÇÃO: além de figurão do governo, Gotlib é caso de alguém aqui.
O AUTOR! O AUTOR!
Depois de anos sendo mal utilizada, a fotografia volta a ser bem aproveitada na imprensa brasileira. Mas um vício continua: o nome do autor de imagens jamais tem o destaque merecido. Na piauí, pensei que seria diferente. Mas, tendo acompanhado essa bela revista desde o primeiro número, constato que o mesmo mal a ataca. Basta observar, na edição passada, os belos retratos de Luis Stuhlberger, feito por Egberto Nogueira, e Francenildo dos Santos Costa, realizado por Orlando Brito. Duvido que a maioria dos leitores tenha sabido que seus autores foram esses dois talentosos fotógrafos. Não importam os créditos na seção Colaboradores. Os para valer são aqueles estampados na matéria.
CRISTIANO MASCARO_SÃO PAULO/SP
ESCLARECIMENTO:
A reportagem “O caseiro” (piauí_25, outubro 2008) afirma que, no inquérito da PF, está registrado que os dados fiscais e tributários de Francenildo dos Santos Costa foram acessados pela Receita “quase dois dias antes” de a Caixa Econômica Federal quebrar o sigilo bancário dele. Na verdade, a Receita investigou os dados de Francenildo quase doze horas antes de a Caixa violar o sigilo.