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    El Trinche e o mural em sua homenagem: quando seu time vencia o amistoso contra a seleção argentina por 3 a 0, os técnicos combinaram tirá-lo de campo para evitar um vexame nacional CRÉDITO: JUAN JOSÉ GARCÍA_2019

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Um argentino melhor que Maradona?

Não é o Messi, mas sim El Trinche, o jogador celebrado como lenda por cidadãos de Rosário

Antonio Marcos Pereira | Edição 203, Agosto 2023

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Se você procura hoje informações sobre a cidade de Rosário, localizada na província de Santa Fé, na Argentina, provavelmente se deparará com dois grandes temas. Um é a presença do narcotráfico, com todas as consequências que conhecemos: ruptura do tecido social, aumento da violência urbana, poderes públicos atabalhoados e irresolutos. As reportagens mais densas, que não se limitam à contabilidade sensacionalista de mortes e assaltos, sugerem um cenário de gestação lenta, muito capilarizado e agravado com a crise econômica da Argentina que se arrasta há mais de duas décadas, embora a fama de Rosário como lugar violento venha de muito antes. Dona de um dos maiores portos do país e da América Latina, na década de 1930 a cidade era tratada como “a Chicago argentina” e, por mais reducionista que a analogia seja, ficou a aura de um mundo fora da lei e de uma vida hostil em certos rincões da cidade.

O outro grande tema local é uma espécie de contrapartida simbólica do sucesso rosarino diante da falência no controle do narcotráfico: a cidade se orgulha de seu futebol. A campanha bonita da seleção argentina na Copa do Mundo de 2022 e a final espetacular contra a França geraram, como era de se esperar, uma onda ufanista no país. Essa onda foi ainda mais exacerbada em Rosário. Além de ser a cidade natal de Lionel Messi e de Ángel Di María, o próprio técnico da seleção, Lionel Scaloni, nasceu em um povoado próximo e começou sua carreira como jogador na cidade. Durante a Copa, a imagem de Messi estava em todo lugar, e era impossível encontrar suas camisas nas lojas, tamanha a procura.

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