Em 1956, Elvis Presley embarcou na primeira turnê nacional de sua carreira. O fotógrafo captou essa transição de cantor regional para a condição de ídolo FOTO: ALFRED WERTHEIMER
Pelvis
O jovem cantor quando ainda podia tomar milk-shake em qualquer lanchonete
Alfred Wertheimer | Edição 54, Março 2011
“Elvis não morreu. O corpo dele morreu.” Do ponto de vista comercial, o empresário do cantor, Coronel Tom Parker (que na verdade se chamava Andreas Cornelius van Kuijk, era holandês e picareta), sabia que Elvis continuaria a ser rei mesmo depois de morto. Isso porque, como disse John Lennon, “antes de Elvis não havia nada”.
Em 1956, Alfred Wertheimer era um fotógrafo freelancer de 26 anos. E Elvis Presley, um cantor de 21 anos prestes a conquistar o estrelato. Contratado para documentar a primeira turnê nacional do cantor, o fotógrafo fez mais de 2 mil imagens ao longo dos dez dias de viagem.
“Elvis aos 21” é uma exposição itinerante montada pela National Portrait Gallery, de Washington, composta por 56 desses instantâneos. Ela oferece um retrato ao mesmo tempo íntimo e público do ídolo em formação, com imagens juvenis e naturais em grande formato. Era uma época em que Elvis ainda podia sentar sozinho num balcão de lanchonete.
“O que torna essas imagens únicas, me parece, é o fato de elas retratarem um Elvis autêntico, senhor da própria vida. Depois, ao longo de quase toda a sua existência, sempre teve alguém lhe dizendo o que fazer”, observa o hoje consagrado Wertheimer. O fotógrafo só usou flash nas poucas ocasiões em que havia apenas uma nesga de luz, e circulou à vontade. A seu ver, em boa parte das ocasiões, o cantor sequer notou estar sendo fotografado. “Me ficou a impressão de que aquele Elvis pressentia a notoriedade futura e via sentido em ser documentado para a posteridade”, explica Wertheimer.
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