A Revista
Podcasts
  • Todos os podcasts
  • Foro de Teresina
  • Sequestro da Amarelinha
  • A Terra é redonda
  • Maria vai com as outras
  • Luz no fim da quarentena
  • Praia dos Ossos
  • Praia dos Ossos (bônus)
  • Retrato narrado
  • TOQVNQENPSSC
Igualdades
Dossiê piauí
  • Má Alimentação à Brasileira
  • Pandora Papers
  • Arrabalde
  • Perfil
  • Cartas de Glasgow
  • Open Lux
  • Luanda Leaks
  • Debate piauí
  • Retrato Narrado
  • Implant Files
  • Eleições 2018
  • Anais das redes
  • Minhas casas, minha vida
  • Diz aí, mestre
  • Aqui mando eu
Herald Vídeos Lupa
Faça seu login
Assine
  • A Revista
  • Podcasts
    • Todos os podcasts
    • Foro de Teresina
    • Sequestro da Amarelinha
    • A Terra é redonda
    • Maria vai com as outras
    • Luz no fim da quarentena
    • Praia dos Ossos
    • Praia dos Ossos (bônus)
    • Retrato narrado
    • TOQVNQENPSSC
  • Igualdades
  • Dossiê piauí
    • Má Alimentação à Brasileira
    • Pandora Papers
    • Arrabalde
    • Perfil
    • Cartas de Glasgow
    • Open Lux
    • Luanda Leaks
    • Debate piauí
    • Retrato Narrado
    • Implant Files
    • Eleições 2018
    • Anais das redes
    • Minhas casas, minha vida
    • Diz aí, mestre
    • Aqui mando eu
  • Herald
  • Vídeos
  • Lupa
  • Faça seu login

    Crédito: Gervasio Troche_2021

poesia

Pense num veleiro, ele desliza sobre o mar…

Alfredo Fressia | Edição 175, Abril 2021

A+ A- A

EL PASO

El mínimo desarreglo del mundo,

la hora exacta que precede a la tragedia.

Un timbre, el teléfono que toca.

El día tibio y sin historia

hasta que.

Hasta el Fue entonces.

El instante preciso. El anterior a.

La llegada de la carta.

La cúspide de la inminencia.

Abrir el sobre

y si el mundo pudiera detenerse.

Pero no.

Aquel tren tampoco se detuvo.

Y haber podido seguir calle arriba.

Pero no.

Una sudestada la noche anterior

que cerrara los caminos.

No hubo. Ni se retrasaron

las agujas del reloj.

Ni atisbar el borde.

El abismo. La cita.

Cuando ya no había tiempo

de entender los signos.

El sanantonio muerto

en la ventana, el instante

en que los perros aullaron

como si lloraran.

Y si el segundo antes.

Pero no.

Y doblar una esquina.

 

O PASSO

O mínimo descompasso do mundo,

a hora exata que precede à tragédia.

Uma campainha, o telefone que toca.

O dia morno e sem história

até que.

Até o Foi quando.

O instante preciso. O anterior a.

A chegada da carta.

A cúspide da iminência.

Abrir o envelope

e se o mundo pudesse parar.

Mas não.

Aquele trem também não parou.

E ter podido subir aquela rua.

Mas não.

Um vendaval na noite anterior

que fechasse os caminhos.

Não houve. Nem se atrasaram

as agulhas do relógio.

Nem vislumbrar a beira.

O abismo. O encontro marcado.

Quando não havia mais tempo

de entender os sinais.

A joaninha morta

na janela, o instante

em que os cães uivaram

como se chorassem.

E se o segundo antes.

Mas não.

E dobrar uma esquina.

 

RADIOTERAPIA

Piense en un velero, él se desliza

sobre el mar casi rosado del atardecer.

No se ve el joven marinero, sin embargo

piense en un pescador,

labra lento el paciente epitelio del mar.

Piense ahora en un tumor, casi inmóvil,

en la incierta galladura rosada

hundida a medias en la glándula

y repita que no, que no navega.

 

RADIOTERAPIA

Pense num veleiro, ele desliza

sobre o mar cor-de-rosa do entardecer.

Não se vê o jovem marinheiro, porém

pense num pescador,

lavra lento o paciente epitélio do mar.

Pense agora num tumor, quase imóvel,

na incerta galadura rósea

mergulhada na glândula

e repita que não, que não navega.

 

ÁYAX

Recuérdalo, llegar a buen puerto era ilusión,

tan feroz la hecatombe y tan mansas las bestias.

Llegar a algún puerto es obra de los hombres,

no llegar a ninguno es la única obra de los dioses.

 

AJAX

Lembra-te, chegar a um porto seguro era ilusão,

tão feroz a hecatombe e tão mansas as bestas.

Chegar a algum porto é obra dos homens,

não chegar a nenhum é a única obra dos deuses.

 

ILUSTRACIÓN

… una vuelta más, seguir la carrera,

alcanzada la gloria, exhiben galardón,

hieren al elefante hasta que aprenda

a girar en la demencia, se agarran

en la barra segura del trapecio,

son prosistas con red, son sabios de academia…

*

Paul Celan en el puente Mirabeau

ya no oirá el barullo del mundo.

Habló otro idioma, o todos los idiomas

y escribió en el idioma del dolor,

aprendió que el poeta siempre pierde,

que está solo con su lastimadura.

Y supo que su cuerpo era un puente en silencio

y su salto, el poema del final.

 

ILUSTRAÇÃO

… mais uma volta, seguir na carreira,

a glória atingida, exibem galardão,

ferem o elefante até que aprenda

a girar na demência, se agarram

na barra segura do trapézio,

prosadores com rede, sábios de academia…

*

Paul Celan na ponte Mirabeau

já não ouvirá mais o barulho do mundo.

Falou numa outra língua, ou em todas as línguas

e escreveu na língua da dor,

aprendeu que o poeta sempre perde,

que está só com a ferida.

E soube que seu corpo era uma ponte silenciosa

e aquele salto, o poema do final.

Alfredo Fressia

É poeta uruguaio radicado em São Paulo. Recebeu o Prêmio Bartolomé Hidalgo, um dos mais importantes do Uruguai. É autor de Terra Incognita (Ediciones Caletita) e Sobre Roca Resbaladiza (Editorial Lisboa)

Leia Também

poesia

Meu coração ficou ancorado no mapa de uma cidade antiga

01 ago 2022_17h38
poesia

A loucura na órbita da garganta

05 jul 2022_13h19
poesia

O mangue respira lamacento

30 maio 2022_17h45

 

 

 

PIAUI #190
  • NA REVISTA
  • Edição do Mês
  • Esquinas
  • Cartuns
  • RÁDIO PIAUÍ
  • Foro de Teresina
  • A Terra é redonda
  • Maria vai com as outras
  • Luz no fim da quarentena
  • Praia dos Ossos
  • Praia dos Ossos (bônus)
  • Retrato narrado
  • TOQVNQENPSSC
  • ESPECIAIS
  • má alimentação à brasileira
  • Pandora Papers
  • Arrabalde
  • Igualdades
  • Open Lux
  • Luanda Leaks
  • Debate piauí
  • Retrato Narrado – Extras
  • Implant Files
  • Eleições 2018
  • Anais das redes
  • Minhas casas, minha vida
  • Diz aí, mestre
  • Aqui mando eu
  • HERALD
  • QUESTÕES CINEMATOGRÁFICAS
  • EVENTOS
  • AGÊNCIA LUPA
  • EXPEDIENTE
  • QUEM FAZ
  • MANUAL DE REDAÇÃO
  • In English
    En Español
  • Login
  • Anuncie
  • Fale conosco
  • Assine
Siga-nos

WhatsApp: [11] 3061 2122
SAC: [11] 3584 9200
Renovação: 0800 775 2112
Segunda a sexta, 9h às 17h30

© REVISTA piauí 2022 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Desenvolvido por OKN Group