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questões vultosas

A tática do inelegível

Enquanto espera pelo STF, o ex-presidente sai da toca

Ana Clara Costa | Edição 208, Janeiro 2024

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Desde que Lula assumiu a Presidência da República e apresentou sua pauta econômica, a reforma tributária tornou-se uma questão de vida ou morte – para Jair Bolsonaro. O assunto nunca despertou seu interesse pessoal, mas ele avaliava que sofreria um revés humilhante, caso o governo petista fosse capaz de construir um consenso mínimo no Congresso Nacional e ainda aprovar a reforma já no primeiro ano de gestão. Logo ele que vendeu ao mercado a promessa de que faria tudo – a reforma da Previdência, a reforma tributária, a reforma administrativa – e encerrou seu mandato aprovando apenas a previdenciária, e a duras penas. Bolsonaro mandou às favas os escrúpulos fiscalistas de seu ministro Paulo Guedes e furou o teto de gastos cinco vezes, mas, ainda assim, uma vitória do PT num tema tão complexo como tributos seria aviltante.

Tanto mais que o ex-presidente se empenhou no assunto durante seu governo. Como a reforma tributária mexia nos ganhos de grande parte da elite nacional, Bolsonaro chegava a despachar sobre o tema diretamente com seu primeiro secretário da Receita, Marcos Cintra, que se debruçara sobre os tributos desde a campanha eleitoral. Criou-se até uma distorção dentro do ministério de Paulo Guedes: havia dois grupos discutindo textos diferentes – um de Cintra e outro de Rodrigo Maia, então presidente da Câmara dos Deputados. Maia não tinha simpatia por Cintra e preferia a proposta de reforma desenhada pelo economista Bernard Appy, que hoje integra a gestão de Fernando Haddad.

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