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    Mengele (o terceiro, da dir. à esq.) com amigos em São Paulo: “Por mais feroz que fosse minha resistência interior para me mudar para cá, agora me sinto em casa”, ele escreveu em seu diário, depois de quase quatro semanas em um sítio em Serra Negra CRÉDITO: AP PHOTO_IMAGEPLUS

anais do terror

Um nazista na roça

A vida aprazível do médico Josef Mengele, o “Anjo da Morte”, no interior paulista

Betina Anton | Edição 205, Outubro 2023

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Em 1962, mesmo ano em que Adolf Eichmann foi morto em Israel, agentes do Mossad (o serviço israelense de inteligência) voltaram para a América do Sul determinados a pegar Josef Mengele. O pior pesadelo dele tinha se tornado realidade: os judeus estavam mesmo no seu encalço e, dessa vez, com algumas pistas quentes.

Uma equipe saiu de Israel para vasculhar a área de Hohenau, no Paraguai. Mengele era cidadão paraguaio, e esse era um lugar provável para ele se esconder por causa da grande colônia alemã que havia por lá. A premissa era válida, mas os agentes estavam atrasados. Mengele já não estava mais nessa região fazia uns dois anos. Outra equipe veio para o Brasil atrás de duas pistas: uma em Foz do Iguaçu e outra no estado de São Paulo. A primeira logo se mostrou falsa. A segunda estava corretíssima. Não era à toa. A informação foi obtida com um grande investimento do Mossad. O primeiro grande acerto foi a agência ter se aproximado do jornalista Willem Sassen, que fez parte do círculo de nazistas expatriados em Buenos Aires e tinha gravado horas de confissões de Eichmann sobre seu trabalho na Segunda Guerra Mundial. O material, originalmente pensado para ser um livro, foi vendido às revistas Life, nos Estados Unidos, e Stern, na Alemanha. Os agentes logo raciocinaram que, se Sassen tinha sido próximo de Eichmann na capital portenha, deveria saber onde estava Mengele.

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