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Maupassant e o Brasil

O grande escritor francês Guy de Maupassant, morto em 1893, nunca esteve no Brasil e o país não parece ter suscitado nele qualquer interesse especial: não há menção ao Brasil em suas obras ou em sua abundante correspondência e nosso país estaria totalmente ausente de suas preocupações, não fosse por uma carta que evoca uma fugaz interação, senão com o Brasil, ao menos com alguns de seus filhos ilustres.

Dirigida conjuntamente a Paulo da Silva Prado, Domício da Gama e Olavo Bilac, a carta foi escrita em Paris em 20 de novembro de 1890 e refere-se ao monumento em homenagem ao grande romancista francês Gustave Flaubert, erguido por iniciativa de Maupassant. A contratação da estátua só fora possível  graças a uma subscrição entre admiradores de Flaubert, que contribuíram com dinheiro para sua ereção. Os intelectuais brasileiros haviam participado do esforço.

| 19 jun 2013_13h01
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O grande escritor francês Guy de Maupassant, morto em 1893, nunca esteve no Brasil e o país não parece ter suscitado nele qualquer interesse especial: não há menção ao Brasil em suas obras ou em sua abundante correspondência e nosso país estaria totalmente ausente de suas preocupações, não fosse pela carta reproduzida nesta página, que evoca uma fugaz interação, senão com o Brasil, ao menos com alguns de seus filhos ilustres.

Dirigida conjuntamente a Paulo da Silva Prado, Domício da Gama e Olavo Bilac, a carta foi escrita em Paris em 20 de novembro de 1890 e refere-se ao monumento em homenagem ao grande romancista francês Gustave Flaubert, erguido por iniciativa de Maupassant. A contratação da estátua só fora possível graças a uma subscrição entre admiradores de Flaubert, que contribuíram com dinheiro para sua ereção. Os intelectuais brasileiros haviam participado do esforço.

A carta é escrita num papel do “Comitê do monumento a Gustave Flaubert” que Maupassant secretariava por ter sido grande amigo e filho espiritual do romancista, trinta anos mais velho, e que havia morrido em 1880.

A carta diz:

“Senhores, peço -lhes, em nome do comitê que cuidou da execução do monumento erigido em homenagem a Gustave Flaubert, que assistam, no próximo domingo, 21 de novembro, à inauguração da obra do escultor Chapu, que ocorrerá em Rouen às duas horas em ponto, na praça Solferino. À uma e meia haverá uma reunião prévia na sala da biblioteca”.

Maupassant assina como secretário do comitê. Não se sabe qual dos três intelectuais brasileiros conservou essa carta em seu arquivo. É provável que tenha sido Domício da Gama, diplomata, pois a correspondência de Olavo Bilac foi muito dispersada e a de Paulo da Silva Prado foi conservada na sua totalidade sob a guarda de José Mindlin.

A carta fez parte de uma destacada coleção do Rio de Janeiro, formada nos anos 1950, e foi adquirida há vinte anos por seu atual detentor. É um raro testemunho das ralas relações “culturais” entre a França e o Brasil no século XIX. 

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