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    Serra do Curral desfigurada por uma das empresas de Alan Cavalcante: “É como se tivessem colocado uma bomba-relógio debaixo da serra. Uma hora tudo aquilo acaba”, diz Leonardo Castriota, do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios CRÉDITO: BARBARA JUNQUEIRA_2023

questões minerais

Mineradora destrói maior patrimônio ambiental de Belo Horizonte

Empresário alagoano já foi autuado dezoito vezes por ações ilícitas na Serra do Curral

Allan de Abreu | 06 out 2023_08h07
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O patrimônio do empresário alagoano Alan Cavalcante do Nascimento inclui um conglomerado de 38 empresas, entre mineradoras, construtoras e imobiliárias, a maioria em Minas Gerais, e uma multiplicidade de sócios. Em junho passado, seu rosto tornou-se mais conhecido depois que ele deu o maior lance no leilão beneficente de Neymar: 1,2 milhão de reais pelo blazer e pelo cordão de ouro e diamantes que o jogador usava no evento, além do Rolex de um empresário amigo do atacante.

No ramo de mineração, a empreitada de Cavalcante está produzindo um efeito devastador. Ele é dono de quatro jazidas de minério, que totalizam 4,5 mil hectares, na Serra do Curral, um cartão-postal de Belo Horizonte que se espalha por 55 km² e tem sido sempre alvo da cobiça das mineradoras.

Nos últimos cinco anos, Cavalcante já foi autuado dezoito vezes e multado num total de 2,6 milhões de reais, por captar sem autorização a água de um rio e por desmatar pelo menos 67 hectares na Serra do Curral, reduzindo a mata nativa a imensas cavas, informa Allan de Abreu na piauí de outubro. A Fleurs, nome do seu grupo empresarial, ocupa o terceiro lugar entre as empresas mais autuadas por infrações ambientais no estado de Minas Gerais no período de 2018 a 2023.

Ambientalistas defendem o tombamento de toda a serra pelo governo estadual, mas o processo de tombamento está parado desde 2021. “As mineradoras têm um enorme poder político e econômico que o estado não quer enfrentar”, diz Leonardo Castriota, vice-presidente do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos, na sigla em inglês), órgão que assessora a Unesco no monitoramento de bens protegidos pelo mundo. “É como se uma imensa bomba-relógio tivesse sido colocada debaixo da Serra do Curral. Uma hora tudo aquilo acaba.”

Os assinantes da revista podem ler a íntegra da reportagem neste link

 

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