A quinta aula da série A longa arte de Antonio Carlos Jobim, que celebra a obra de um dos maiores artistas do país nos trinta anos de sua morte, analisa a predileção do artista pela natureza no decorrer de sua carreira. O material já está disponível no canal da piauí no YouTube.
Nestrovski argumenta que as “canções mateiras”, como Jobim as definiu, ganharam relevância em sua obra na década de 1980, ainda que a temática já estivesse presente no repertório mesmo antes da Bossa Nova, em faixas como Estrada do Sol, em parceria com Dolores Duran, e As praias desertas, ambas de 1958.
“A partir de um determinado momento, a preocupação com a natureza se tornou muito importante para o compositor e cidadão Antonio Carlos Jobim. Mas essa era uma paixão desde a juventude”, afirma o violonista.
O episódio esmiúça faixas como Boto, uma parceria com o compositor Jararaca, em que o berimbau introdutório ajuda a conduzir a melodia da canção, e Matita Perê, feita com Paulo César Pinheiro, na qual o arranjo sinfônico ambienta uma perseguição sertaneja inspirada no conto Duelo, de João Guimarães Rosa.
“São canções que demonstram a variedade e a grandeza dos modos de composição de Tom Jobim. Graças à sua paixão pela natureza do país, ele inventa para si uma nova, contundente e poderosa natureza do Brasil em música”, diz Nestrovski.
A série gravada em São Paulo, na Associação Cultural Cachuera, é realizada pela piauí em coprodução com a Jobim Music, e tem o patrocínio da Natura.