Quem pesquisa pelo nome de Wagner Schwartz no Google encontra mais de 35,5 mil citações, algumas delas associadas aos termos “preso” e “morto”. Em 2017, o bailarino foi alvo de ataques furiosos por causa da performance La Bête (o bicho, em francês), feita por ele no Museu de Arte Moderna (MAM), de São Paulo.
Durante a apresentação em 26 de setembro, Schwartz foi filmado inteiramente nu ao lado de uma criança e da mãe dela. As imagens circularam pela internet e logo o artista começou a ser atacado pela milícia digital bolsonarista e outros extremistas de direita, por líderes religiosos e políticos oportunistas de olho nas eleições de 2018. Foi chamado de pedófilo e ameaçado de morte. Outras falsas notícias espalharam que ele havia se suicidado após a performance.
O linchamento virtual ganhou tal proporção que Schwartz, temendo o pior, embarcou disfarçado para Paris, poucos dias depois, conta João Batista Jr. na piauí deste mês. Em setembro, ele lança o livro A Nudez da Cópia Imperfeita, uma autoficção que começa com o episódio do MAM e descreve os desdobramentos emocionais, jurídicos, políticos e psicológicos desse caso que antecipou o clima de horror que se espalhava pelo país.
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