Outro dia eu tava vendo uma entrevista com uma atriz norte-americana, a Meryl Streep, naquele canal com o apresentador que jura que faz críticas de filmes e séries. A Meryl Streep tava aqui no Brasil pro lançamento de uma continuação daqueles mela cueca lá em que ela atua e ganha uma bolada por quinze minutos de tela (que nem o Bruce Willis, fez um monte de filmeco pra se garantir de grana já que tá doente de velhice e não consegue sequer empunhar uma escopeta e botar os terroristas pra correr, como se ele já não fosse milionário que chegue, aposto que ele agora tá deitado de barriga pra cima na piscina de uma das mansões que deve ter em Malibu ou nas Ilhas Seychelles), e o dono do canal, um bostinha que não manja lhufas de cinema e garante que leu todos os livros do Michel Foucault e no finzinho do vídeo, como quem não quer nada, deixa escapar que ganha comissão por cada livro justamente do Foucault comprado usando o código bostinha-não-sei-mais-o-quê, cujo link se pode encontrar logo no primeiro comentário fixado, apresentador que apesar de tudo tem seguidor pra dedéu.
O bostinha perguntou como é que faz pra gravar uma cena de choro convincente na frente de toda uma equipe que tá ali fazendo a produção, debaixo daquela tremenda luzona na cara o tempo todo, diante da parafernália infernal que eles podem e gostam de usar em Hollywood. Tanta coisa pra ele perguntar e ele perguntando uma pergunta merda dessas. A Meryl se vira pra ele e diz chorar é fácil, baby, mas se quer ser convincente de verdade, se o desejo é enganar uma plateia só na base da emoção, precisa produzir um quase choro, entende?
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