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Pamela McCarthy, da New Yorker – Estados Unidos
Pamela McCarthy é editora-adjunta na New Yorker. Formada em literatura inglesa, começou a carreira como revisora na Esquire, em 1974. Ficou dez anos na revista, chegando a editora-executiva. Em 1984, McCarthy foi para a Vanity Fair, na qual ficou por quase uma década como editora-executiva.
A New Yorker é uma revista americana semanal que produz longas reportagens, ensaios, ficção, poesia e cartuns. Pertence ao grupo internacional Condé Nast, que é dono também daVogue, Vanity Fair, Wired e outras. Desde 1998, é editada por David Remnick, que enfatizou a característica da revista de produzir artigos longos, como a série de reportagens sobre a guerra no Iraque e no Afeganistão. A New Yorker perdeu dinheiro constantemente entre os anos 1980 e 2000, mas passou a alcançar uma margem de lucro mais expressiva nos últimos anos. Sua circulação superou a marca de 1 milhão e cresceu mais de 23% na primeira década da direção de Remnick.
Pamela McCarthy é editora-adjunta na revista. Formada em literatura inglesa, começou a carreira como revisora na Esquire, em 1974. Ficou dez anos na revista, chegando a editora-executiva. Em 1984, McCarthy foi para a Vanity Fair, na qual ficou por quase uma década como editora-executiva. Ela trabalhou com Tina Brown na revista e ajudou a conduzir a reestruturação editorial, trazendo para a redação novos escritores e fotógrafos, como Annie Leibovitz. A Vanity Fair ganhou sete prêmios National Magazine na época e os anúncios e circulação quadruplicaram.
Em 1992, McCarthy foi junto com Tina Brown para a New Yorker, como editora-executiva. Em 1995, tornou-se editora-adjunta. Com a saída de Brown, tornou-se o braço direito do atual diretor, David Remnick. Após o lançamento em 2010 do tablet da Apple, o iPad, McCarthy coordenou a equipe que produziu o aplicativo da revista. Ela lidera a produção da versão para iPad e se reúne semanalmente com os departamentos de arte, foto e web.
Daniela Pinheiro, curadora do Festival piauí de jornalismo, visitou recentemente a redação da New Yorker e foi recebida por Pamela.
Destaques da New Yorker:
A maior parte do conteúdo da revista impressa encontra-se no site e somente assinantes podem ter acesso a sua totalidade. Há, no entanto, uma quantidade significativa de conteúdo online extra, como podcasts, blogs, vídeos e slideshows. A revista expandiu sua presença no meio digital em 2011, aumentando o staff do site para doze funcionários, incluindo a contratação de Nicholas Thompson como editor do site (um dos fundadores do Atavist). Em 2013, o site contratou Matt Buchanan, especialista em tecnologia do BuzzFeed, e lançou blogs de ciência, tecnologia, livros e humor. Também investiu em native advertising, a reportagem patrocinada, produzida na revista em parceria com um anunciante. Em 2014, a New Yorker anunciou mudanças no seu site e ao acesso livre de seus arquivos por três meses, com a posterior adoção de um paywall, o pagamento por acesso a conteúdo restrito no site. O tráfego do site aumentou de 3 milhões de visitas mensais na primeira metade de 2011 para 10 milhões no mesmo período em 2014.
A New Yorker lançou uma assinatura digital em 2008, uma versão para iPad em 2010 e uma assinatura para iPad em 2011. Em julho de 2011, contabilizou 100 mil leitores no iPad, incluindo 20 mil assinantes apenas da versão digital.
Um artigo do Fast Company jogou luzes sobre a reformulação do NewYorker.com, ocorrida agora em julho. A matéria cpnversa com Nick Thompson, editor do NewYorker.com (e também criador do Atavist, representado no Festival Piauí por Evan Ratliff) e Wyatt Mitchell, diretor de criação do site, em que eles falam sobre os bastidores da reformulação e explicam algumas das opções adotadas.
A matéria analisou também esse novo conceito para web da revista (melhor leitura para smartphone, aumento do conteúdo online, introdução do paywall etc.) e os efeitos das mudanças no tráfego do site (aumento em 23% no acesso e em 23% no tempo gasto no site).
Nos últimos anos, a New Yorker tem feito um esforço para ampliar sua presença no meio digital. O objetivo principal é converter os leitores online em assinantes da edição impressa. A revista está presente em grandes plataformas, como Facebook (2 milhões de likes), Twitter (3,67 milhões de seguidores) e Instagram (194 173 seguidores). Mas uma das mais importantes estratégias para o meio digital são blogs como o Culture Desk, o Books & Fiction, o Currency e o Science & Tech, que ajudaram o site da New Yorker a ampliar o tráfego mensal para mais de 10 milhões de visitas. Uma postagem de David Remnick com a lista dos seus CDs de jazz favoritos teve mais visualizações do que a matéria que deu origem ao post, uma reportagem para a revista impressa sobre o dj de jazz Phil Schaap.
Atualmente, o NewYorker.com posta cerca de dezoito textos originais por dia. Parte desse conteúdo é escrito pelos jornalistas da casa, mas muitas postagens são colaborações de freelancers frequentes da revista, que, aliás, são os que acabam postando mais vezes. Desde o ano passado, o lucro com o digital cresceu em 49%.
Abaixo, um post entre os mais lidos do NewYorker.com em 2013. É uma postagem de Amy Davidson, editora-executiva do site, que mantém um blog sobre guerra, esportes e everything in between.
Post: “The Saudi Marathon man”
Extra: Os 13 posts mais lidos de 2013
Em maio de 2013, a New Yorker anunciou o lançamento do Strongbox, uma plataforma online segura de comunicação entre os jornalistas da revista e suas fontes. O projeto foi criado inicialmente por Aaron Swartz (o jovem ativista da internet que cometeu suicídio em 2013) e Kevin Poulsen, da Wired, com o nome de DeadDrop. Usando o software Strongbox e a rede de anonimato Tor (o navegador da deep web), as pessoas podem enviar informações, documentos e sugestões para a redação sem que nem a revista consiga rastrear o remetente.
A New Yorker foi o primeiro veículo a ser bem-sucedido em lançar uma plataforma de comunicação segura. O lançamento ocorreu dois dias depois de a Associated Press revelar que o Departamento de Justiça americano havia obtido registros telefônicos de seus jornalistas durante dois meses.
Em agosto de 2013, a New Yorker publicou sua primeira experiência com native advertising, conteúdo criado na revista em parceria com anunciantes (leia-se, reportagem patrocinada). Tratava-se de um texto sobre tecnologia escrito por Frank De Gilio, um engenheiro da IBM, acompanhado por um rótulo: Sponsor content.
O conteúdo dessa matéria não está disponível no site da New Yorker, mas pode se encontrado em outro site, cujo link segue abaixo. E
Matéria sobre o native ad da New Yorker: “The New Yorker goes native”
Matéria sobre o native ad da Condé Nast: “Condé Nast drafts an internal ‘Magna Carta’ for native advertising”
Entrevista com David Remnick: “Media People: The New Yorker’s David Remnick”