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Pantanal bate recorde de área queimada

Camille Lichotti, Lianne Ceará e Renata Buono | 13 out 2020_10h46
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O Pantanal nunca queimou tanto. A área atingida do bioma, até setembro, foi de 32.910 km² – o maior valor registrado desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais começou o monitoramento, em 2002. Mesmo sendo o menor bioma brasileiro, o Pantanal foi o terceiro mais devastado nos nove primeiros meses deste ano – atrás apenas do Cerrado e  Amazônia. Ao todo, a área queimada até setembro corresponde a 22% do território do Pantanal. A cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, é o município que tem mais focos de incêndio no país. Até dia 8 de outubro, foram 7.309 focos apenas nessa cidade pantaneiro – mais que os registrados no estado de Goiás durante todo o ano de 2019.   

O Mato Grosso é o estado que mais tem focos ativos de incêndio no país. Pelo menos um em cada quatro focos neste ano ocorreram apenas neste estado. Além da devastação ambiental, os incêndios atingem também comunidades indígenas e ribeirinhas. Em setembro, cerca de 48 famílias precisaram abandonar suas casas e pertencentes para fugir do fogo na Terra Indígena Tereza Cristina, a 304 km de Cuiabá. “O fogo torrou tudo aqui, a mata acabou. A gente agora vai consumir o que restou, do que tem do rio. Na mata mesmo, não tem mais nada”, diz Lucio Mariano Kogue, liderança indígena da região. “Pra nós, o fogo começou através desses pastos”.

À piauí, Kogue relatou que as fazendas agropecuárias ao redor da aldeia cresceram nos últimos anos. Para os moradores locais, essa é a origem dos incêndios. Apesar disso, na última sexta (9), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que se houvesse mais gado no Pantanal, o incêndio deste ano poderia ter sido menor.

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