Carlos Teixeira tem 81 anos, mora com Nestor, seu cachorro salsichinha, é divorciado – e bolsonarista convicto. Ele tem uma única filha, a escritora Tati Bernardi. “Nesses quatro anos de governo Bolsonaro, Seu Carlos sempre brilhou os olhos ao falar do presidente, mas nunca assumiu o quanto gostava dele”, ela conta na piauí, no texto “Como amar um pai bolsonarista”. “Ele dizia que era uma escolha meramente ‘anti-pt’ e que estava pensando no meu futuro e no futuro da minha filha.”
Depois do segundo turno das eleições, a escritora encontrou seu pai abatido. “Aqui na minha rua é tudo bolsonarista. Ficaram todos bem quietos durante a apuração”, ele disse à filha. Depois, revelou que estava há dois dias sem almoçar direito de tanta “raiva do pinguço”.
“Relembro ao meu pai”, continua a escritora, “que Lula, assim como fez durante os oito anos em que foi o melhor presidente deste país, não vai mandar as crianças cantarem o hino de Cuba nas escolas, nem nos obrigar a manter em casa, bem alimentados, desconhecidos em situação de rua.”
Mas Seu Carlos resiste: “Minha filha, você é muito ingênua mesmo. Naqueles primeiros anos, Lula estava apenas armando o que vai fazer agora.”
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