No dia 10 de outubro, durante um debate na PUC-Rio sobre os ataques do Hamas à Israel, o professor de sociologia Michel Gherman foi duramente atacado na universidade e em seguida nas redes sociais, onde o acusaram de apoiar o Hamas e ser antissemita. Na piauí deste mês, Gherman, que se define como judeu sionista de esquerda, reflete sobre o episódio e o que ele caracteriza como colonização do judaísmo pela extrema direita.
“O encontro na PUC se tornou mais um palco para a campanha da extrema direita pós-Bolsonaro”, escreve Gherman. “Imbuídos do propósito de denunciar inimigos, os jovens que estavam no debate com bandeiras e camisetas de Israel precisavam calar os de dentro – os próprios judeus –, antes de atacar os de fora. Colonizados por uma sanha de delação, esses jovens colocaram o Hamas definitivamente na campanha política da extrema direita brasileira.”
Ele recorda como isso não vem de agora. Remonta a falas do Olavo de Carvalho e do ex-presidente Jair Bolsonaro em clubes judeus. Depois disso, “o acontecimento na PUC seria mais um chamado à limpeza comunitária que vem ocorrendo nos últimos vinte anos – e uma adequação local aos ditames de Netanyahu em Israel.”
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