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Roosevelt e a selva amazônica

Há pouco mais de cem anos, o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que havia governado seu país de 1901 a 1909, queria realizar um sonho aventureiro de infância e participar de uma expedição pela selva amazônica.

Teve a inteligência de aproveitar a recomendação do então ministro das Relações Exteriores do Brasil, Lauro Muller, que lhe propôs o melhor guia que podia esperar obter naquele momento: o futuro Marechal Rondon, então Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon. O militar orientou a viagem do ex-presidente americano, que quase morreu das febres tropicais contraídas em suas andanças, apesar de todos os cuidados de Rondon.

| 20 mar 2014_17h35
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Há pouco mais de cem anos, o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, que havia governado seu país de 1901 a 1909, queria realizar um sonho aventureiro de infância  e participar de uma expedição pela selva amazônica.

Teve a inteligência de aproveitar a recomendação do então ministro das Relações Exteriores do Brasil, Lauro Muller, que  lhe propôs o melhor guia que podia esperar obter naquele momento: o futuro Marechal Rondon, então Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon. O militar orientou a viagem do ex-presidente americano, que quase morreu das febres tropicais contraídas em suas andanças, apesar de todos os cuidados de Rondon.

Ao voltar aos Estados Unidos publicou, em 1919, o relato de suas aventuras no livro intitulado .

A expedição científica montada por ocasião da vinda do presidente acabou conhecida como Rondon-Roosevelt e ocorreu entre 1913 e 1914. Foi a primeira a explorar o rio que mais tarde foi batizado de Roosevelt, na Bacia Amazônica.

Parece hoje quase inconcebível que um coronel do exército brasileiro e um ex-presidente americano se embrenhassem numa perigosa aventura pela selva brasileira. O fato é que há cem anos isso pareceu ao governo brasileiro uma operação de grande visibilidade internacional (mas que poderia ter se tornado desastrosa se Roosevelt tivesse morrido na floresta). A expedição é hoje lendária e a carta reproduzida nesta página é particularmente ilustrativa do estado de espírito de Roosevelt, que se encontrava em Corumbá em dezembro de 1913, às vésperas de iniciar sua viagem. O ex-presidente escreve para o ministro brasileiro no Paraguai para agradecer-lhe seu telegrama e diz: “Encontrei-me com o Coronel Rondon e estou encantado com ele e com os outros membros da expedição brasileira… Parece que Sua Excelência, o Dr. Lauro Muller, escolheu os homens mais bem equipados para uma expedição deste tipo nas pessoas do Coronel Rondon e seus companheiros”.

Foi de fato uma parceria muito profícua a de dois homens tão diferentes, mas que resultou numa grande amizade e em constates homenagens prestadas por Roosevelt a Rondon até a morte do primeiro, em 1919. Rondou morreria quase 40 anos depois de Roosevelt em 1958.

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