Betina González, em Barcelona, ao receber o prêmio Tusquets, em 2013: para a autora, o senso de deslocamento que toda mulher enfrenta ao escrever deve servir para potencializar sua literatura, mesmo sob as pressões descabidas do meio CRÉDITO: EFE_ALBERTO ESTÉVEZ_2013
Seja, no mínimo, genial
Por que as mulheres escritoras são obrigadas a produzirem obras-primas
A argentina Betina González, autora de American Delirium (inédito no Brasil), conta em ensaio na edição de janeiro da piauí como se tornou escritora e os impasses que enfrentou para levar a cabo seu projeto de dedicar a vida à literatura. “Virei escritora aos 8 anos, num dia em que, voltando da escola, alguns versos começaram a se formar na minha cabeça. […] Entrei em casa correndo, sem cumprimentar ninguém, para anotar as frases antes que me escapassem. […] Quando terminei minhas anotações, eu tinha um ‘poema’ e a certeza de ter encontrado um tesouro. Desse dia em diante, não quis fazer outra coisa”, rememora a escritora.
Não seria uma trajetória tranquila – ainda mais sendo ela mulher. “Nem todos os escritores homens têm ‘a obrigação de ser geniais’, só aqueles que, de um modo ou de outro, foram relegados ou excluídos, situação na qual, de fato, se encontram todas as mulheres escritoras”, escreve González. “O corolário é simples: uma escritora tem a obrigação de ser sempre genial, um escritor pode se contentar em ser bom, aceitável ou francamente medíocre, pois até para a mediocridade masculina há espaço no campo literário, garantido pelo simples pertencimento de gênero.”
Os assinantes da piauí podem ter o ensaio integral aqui.
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