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Festival Piauí GloboNews de jornalismo

festival 2015 | Seymour Hersh e os bastidores das grandes reportagens

21out2015_11h50
Foto: Tuca Vieira
Foto: Tuca Vieira

O veterano Seymour Hersh, colaborador da revista New Yorker, foi o segundo convidado do primeiro dia do Festival Piauí Globo News de Jornalismo. Hersh ganhou um prêmio Pulitzer em 1970 pela reportagem que expôs a tentativa do Exército americano de acobertar o assassinato de centenas de civis durante a guerra do Vietnã. Em 2004, após ter acesso a um relatório exclusivo de um oficial do Exército americano, revelou as torturas sistemáticas realizadas na prisão de Abu Ghraib, no Iraque. Hersh foi entrevistado pela jornalista Dorrit Harazim e por Otavio Frias Filho, publisher da Folha de S.Paulo.

O repórter americano ressaltou a importância de traçar uma contra narrativa à versão oficial dos poderosos: “O nosso negócio é tentar mitigar a loucura e a vaidade das pessoas que controlam o mundo. Não temos nos saídos muito bem, é verdade”.

Com 56 anos de carreira, o jornalista falou sobre os presidentes que já cobriu. Dos escândalos que levaram à renúncia do presidente Richard Nixon, nos anos 1970, do aparentemente insaciável desejo sexual de Kennedy e dos  abusos da prisão de Abu Ghraib no governo de George Bush, nos anos 2000. Hersh comentou  a relação do presidente Barack Obama com a imprensa “Obama é articulado, brilhante, mas muito ruim em política externa”, afirmou. ” A campanha dele foi baseada na esperança e na fé. E ele é muito mais de centro do que esperávamos”.

A jornalista Dorrit Hazarim, que também cobriu a Guerra do Vietnã, perguntou sobre o massacre no vilarejo vietnamita de My Lai, quando oficiais americanos mataram centenas de civis, a maioria mulheres e crianças. Para Hersh, o episódio representou para os soldados só mais um dia de trabalho. E completou: “Fico chocado como a questão da moralidade não surge quando se discute a guerra.”

Mais recentemente, Hersh publicou na London Review of Books uma reportagem, recusada pela revista New Yorker, que questionava a versão oficial do governo norte-americano sobre a morte de Bin Laden.

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