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Superpensões de parentes de militares bancariam 35,5 milhões de doses da vacina da Astrazeneca

Taís Seibt, Bernardo Baron, Maria Vitória Ramos e Renata Buono | 15 jul 2021_09h31
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Em 2020, um total de 2.521 pessoas acumulou mais de uma pensão do governo federal. São pensionistas que têm parentesco com mais de um servidor que já morreu, seja ele civil ou militar. É o caso, por exemplo, de mulheres que são ao mesmo tempo filhas e viúvas de militares. Juntos, esses superpensionistas receberam R$ 582,5 milhões do governo federal no ano passado. Esse valor seria suficiente para comprar 35,5 milhões de doses da vacina da Astrazeneca contra a Covid-19 (considerando a cotação do dólar no dia 6 de julho). Ou seja: com tanto dinheiro, seria possível aplicar duas doses de vacina em praticamente toda a população da região Norte.

Ao todo, somando parentes de servidores civis e militares, o governo federal desembolsou R$ 36,6 bilhões para pagar pensões no ano passado. É um valor maior que o orçamento do Bolsa-Família, de R$ 32 bilhões. A maior fatia desse bolo vai para as famílias militares (R$ 19,3 bilhões). Isso porque os parentes de integrantes das Forças Armadas receberam, em média, R$ 6,9 mil por mês, ao passo que parentes de servidores civis ganharam em média R$ 4,7 mil. Os dados foram divulgados no Portal da Transparência no final de junho, após a agência de dados Fiquem Sabendo cobrar reiteradamente o Tribunal de Contas da União (TCU), que já havia determinado, em janeiro de 2020, que o governo tornasse públicas essas informações.

Fonte: Agência Fiquem Sabendo, com dados do Portal da Transparência; Fiocruz

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