minha conta a revista fazer logout faça seu login assinaturas a revista
piauí jogos

Festival Piauí GloboNews de jornalismo

Thomas Kistner e os escândalos de corrupção no esporte

Thomas Kistner abriu o Festival Piauí GloboNews de Jornalismo 2016. Fernando de Barros e Silva, editor da piauí, e Juca Kfouri mediaram a conversa.

08out2016_11h38
FOTO: Léo Tavares
FOTO: Léo Tavares

Thomas Kistner abriu o Festival Piauí GloboNews de Jornalismo 2016. Fernando de Barros e Silva, editor da piauí, e Juca Kfouri mediaram a conversa. Kistner é jornalista do diário alemão Süddeutsche Zeitung. Há cerca de vinte anos, apura e revela histórias sobre os interesses econômicos e políticos que financiam e alimentam o mundo do futebol. No repertório das suas reportagens, corrupção, tráfico de influência e doping.

Sobre a corrupção na FIFA, Kistner afirmou: “Em 1974, quando João Havelange assumiu a entidade, deu início a um novo sistema”. O jornalista também é autor do livro Fifa Máfia – O Livro Negro dos Negócios do Futebol, em que conta, em detalhes, como e por que a maior entidade de futebol do planeta passou a ser investigada pelo FBI e pela Interpol. O livro ainda revela documentos até então inéditos que comprovariam casos de corrupção na federação.

No festival, Kistner salientou que o esporte é a única parte da sociedade que ainda desfruta de autonomia do Estado. “Não existe uma autoridade jurídica que é capaz de intervir quando surge uma denúncia. Só quando há um caso muito escandaloso de corrupção”. Isso abriu precedentes para a FIFA criar suas próprias regras: “Quando há uma Copa do Mundo – e isso aconteceu no Brasil – a lei é a da FIFA. Há isenção de impostos, a possibilidade de trazer todo o material sem verificação da alfândega, só é permitida a venda de produtos oficiais perto dos estádios.” E completou: “Na FIFA, as pessoas se tratam como uma família. O Joseph Blatter costuma dizer: ‘Não precisamos de tribunais, a gente resolve nossos problemas internamente’. É uma frase que poderia ser dita por Don Corleone”.

Kistner também falou sobre a resistência que os torcedores têm para lidar com denúncias de corrupção no esporte. “O público não está disposto a aceitar notícias ruins. O futebol faz parte da sociedade. Nós estamos falando aqui de uma religião. Para afetar uma religião, você precisa ter fatos comprovados. Senão, é melhor esperar”. E resumiu que o pode matar a paixão pelo esporte. “As pessoas podem conviver com notícias ruins da FIFA. Elas não sentem que o dinheiro desviado é delas. Mas quando elas sentirem que estão sendo enganadas no campo, teremos um problema. Vai acabar a religião em torno do esporte. Acho que o futebol não se recuperaria disso”.

Leia Também

Últimas Mais Lidas

Assista a um trecho do almoço com Fernando Henrique Cardoso no Festival Piauí de Jornalismo

Asssita a um trecho do almoço "A fonte fala: o que o entrevistado tem a dizer sobre o que escrevem a respeito dele" em que João Moreira Salles conversou com Fernando Henrique Cardoso

Assista a um trecho da mesa com Andrei Scheinkman

Andrei Scheinkman é editor-assistente e diretor de dados e de tecnologia do FiveThirtyEight, um site de jornalismo de dados, que usa técnicas avançadas de estatística e informações numéricas históricas para analisar dados.
Scheinkman esteve em novembro no Festival Piauí de Jornalismo e conversou com Rafael Cariello e Daniel Bramatti.

Assista a um trecho da mesa com Max Fisher no Festival Piauí de Jornalismo

Max Fisher é diretor de conteúdo do Vox, site de jornalismo de contexto que explica com riqueza de detalhes os grandes temas em pauta na imprensa. 
Fisher esteve em novembro no Festival Piauí de Jornalismo e conversou com os jornalistas Bernardo Esteves e Fernando Rodrigues.

Assista a um trecho da mesa com Laura Zommer no Festival Piauí de Jornalismo

Laura Zommer é jornalista e diretora-executiva do Chequeado, da Argentina. O site se dedica a checar os pronunciamentos de autoridades públicas, empresários e da própria imprensa em seu país.

Laura esteve no Festival Piauí de Jornalismo em novembro e conversou com as jornalistas Consuelo Dieguez e Cristina Tardáguila. 

Nikil Saval, da n+1 – Estados Unidos

Nikil Saval é editor e membro da mesa diretora da revista literária n+1. Ele também escreve para a revistasobre assuntos diversos, principalmente política e internacional. Entre os temas tratados por Saval na n+1 estão: o movimento Occupy Wall Street, a obra do historiador Tony Judt, e a nostalgia dos anos 80 na China.

Mais textos