No dia 2 de julho de 1992, por volta de 7h30, um grupo de policiais bateu à porta da casa do prefeito Aldo Abagge, em Guaratuba, no Paraná. Sua filha Beatriz, então com 28 anos, preparava as mamadeiras dos gêmeos Luccas e Maria Eduarda, que ela havia adotado. Os agentes perguntaram por Celina, a mulher do prefeito. Assim que a primeira-dama se apresentou, ela ouviu: “Tá presa!”. Beatriz acompanhou a mãe à delegacia. Chegando lá, as duas foram acusadas de matar o menino Evandro Ramos Caetano, de 6 anos, num ritual de magia negra.
As duas foram chamadas de bruxas e condenadas, mas sempre negaram o homicídio. Disseram tê-lo confessado sob torturas praticadas por policiais. Recentemente, a defesa apresentou à Justiça novas fitas cassete que reforçam a hipótese de confissão obtida sob tortura, conta Felippe Aníbal na piauí deste mês. A história desse crime horrorizou o Brasil, em meio à agitação política causada pela perspectiva de impeachment de Fernando Collor, mas ainda não terminou: Celina e Beatriz imergiram juntas num labirinto jurídico, do qual a mãe se livrou mais tarde em razão da idade, mas que filha percorre até hoje, sem encontrar a saída.
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