Um bicheiro no centro do poder

Enquanto manobrava a caminhonete S-10 em frente à casa dos pais, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, na noite de 9 de abril deste ano, o jovem Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, não notou a rápida aproximação de um automóvel branco na rua. O veículo freou bruscamente em frente à casa, e dele saiu um homem encapuzado, os dedos no gatilho de um fuzil AK-47. Foram mais de dez disparos, sete dos quais perfuraram o tórax do rapaz. Morte instantânea, por encomenda. Morte errada. O alvo dos assassinos era o pai, o capitão da Polícia Militar Roberto Teixeira Xavier, que estava dentro da garagem e tentou, em vão, socorrer o filho. Matheus chegou morto à Santa Casa da cidade.

O capitão da PM já fora detido em 2009, acusado de comandar um esquema de máquinas caça-níqueis em Campo Grande. Naquela noite, o plano era matá-lo, por causa de uma disputa de terras no Sudoeste do estado. O crime foi planejado com mais de um mês de antecedência. Os assassinos chegaram a contratar um hacker para saber em tempo real a localização do policial. Na hora de apertar o gatilho, porém, confundiram pai e filho.