Se Jair Bolsonaro tivesse sido reeleito, o influenciador digital Felipe Neto tinha pronta uma rota de fuga, a ser colocada em prática na noite do dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições presidenciais. Ele deixaria sua casa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, rumo ao Aeroporto do Galeão, embarcaria em um jatinho alugado e se mudaria para Buenos Aires. “O governo Bolsonaro tentou me prender duas vezes, com dois inquéritos ilegais absurdos. Claro que iriam atrás de mim num segundo mandato, quando governos autoritários costumam pegar bem mais pesado”, diz Felipe Neto ao jornalista Filipe Vilicic, na piauí de março.
O influenciador conta à revista que ampliou sua segurança pessoal durante o governo Bolsonaro e enviou sua mãe, após ela sofrer ameaças, para Portugal, junto com a avó de 96 anos. Também fala de sua virada política, de “liberal de centro-direita”, como se definia antes, a simpatizante da esquerda – e um eterno vigilante. “É preciso estar sempre atento, deixar os bolsonaristas longe de nós, pois a cadela do fascismo está sempre no cio e pode voltar a qualquer momento”, comenta, citando uma frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.
Opositor de Lula no passado, Felipe Neto teve papel proeminente na campanha eleitoral do petista no ano passado. “Eu era anti-Lula, antipetista, um lavajatista”, afirma. “Era também desinformado e menos estudado.” Na reportagem, ele também fala de seus planos, como escrever um livro para jovens a respeito de saúde mental. “Minha proposta é dialogar com a juventude. Se alguns diminuírem o vício em celulares por isso, terei cumprido meu objetivo.”
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