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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2014

esquina

Os ovos de Columbia

O filme que sacudiu a Ivy League

Anna Virginia Balloussier | Edição 90, Março 2014

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Numa cafeteria da Universidade Columbia, em Nova York, Coco Young morde seu sanduíche de salada de galinha e sorve um gole de chá verde com goji berry, a frutinha da moda. A modelo, fotógrafa e estudante de arte tem 25 anos, um aluguel para pagar no East Village, um gato chamado Humano, olhos verdes, pernas finas feito talharim, espinhas no rosto. E dispara uma média de duas citações por minuto de conversa.

Em menos de meia hora, ela menciona as esculturas barrocas de Bernini, os documentários etnológicos de Jean Rouch, O Idiota de Dostoiévski, os cultos gospel do Harlem e a turma liderada por Robin Williams em Sociedade dos Poetas Mortos. Tudo para explicar como surgiu a ideia do curta-metragem de três minutos e 22 segundos que lhe rendeu seus quinze minutos de fama, depois de virar assunto na “rádio-peão” universitária e em sites como Huffington Post e Gawker.

Diz a sinopse de Initiation (Iniciação): “Queremos explorar, numa pegada histérica, os rituais das sociedades secretas nas universidades americanas, iluminando a percepção da nossa cultura sobre o desejo feminino.”

 

Na prática: no interior da biblioteca de uma das universidades mais prestigiosas do mundo, meninas seminuas quebram ovos umas nas outras e esfregam no chão o líquido viscoso. Com o bumbum pregado ao solo, dão chutinhos para cima, lembrando uma versão made in USA do passo de funk Quadradinho de 8. Sentadas em vasos sanitários, derrubam leite sobre o próprio rosto e os seios. Lambem calda de chocolate das costas, umas das outras. Armadas de uma galinha morta e depenada, a quem reverenciam como a um deus, dão pancadas nas paredes e nos próprios corpos. Beijam-se. Chicoteiam-se. Ao fundo, um coro infantil entoa uma melodia soturna.

 

Coco relembra a ideia que a fulminou numa noite de novembro. “Estava andando e pensei: não seria divertido gravar um vídeo bem louco na biblioteca de Columbia, fingindo que câmeras de segurança nos filmavam?” Dias depois, num sábado, ela foi à luta. Passou por Chinatown, à cata de uma legítima galinha sedosa, espécie oriental que lembra um poodle, com sua plumagem fofinha e a pele azul. Depois, num mercadinho da Broadway, comprou ovos, leite e calda de chocolate. Para limpar a “bagunça orgânica” que faria, lembrou-se de pegar toalha de papel e detergente.

Pagou a conta, atravessou a rua, cruzou os portões do campus e subiu 32 degraus até o 2º andar do prédio neoclássico, em cuja fachada se lê: Homero, Heródoto, Sócrates, Platão, Aristóteles, Demóstenes, Cícero, Virgílio. “O segurança me parou, dizendo que eu não podia entrar com comida. Eu falei que não tinha tido tempo de passar em casa.”

 

Coco e quatro amigas gravaram Iniciação com seus respectivos iPhones, num cantinho da biblioteca. Elas mesmas estrelaram o filme, vestindo calçolas brancas do tipo “vovó me deu”. O curta foi codirigido por Coco e Karley Sciortino, uma loira que faz o tipo bombshell, dona do blog Slutever (em inglês, uma fusão das expressões “vadia” e “tanto faz”).

A produção satiriza as sociedades secretas da Ivy League, grupo de oito universidades americanas que inclui Columbia e é conhecido pela excelência e a alta incidência de sujeitos tipo coxinha, com suéter da Lacoste e um convite do próprio Mark Zuckerberg para ser adicionado no Facebook.

A mais famosa dessas sociedades fica em Yale e tem um nome adequado à academia de ginástica do capitão Nascimento: Skulls and Bones (Caveiras e Ossos). Quem se candidata a esses clubinhos exclusivos pode ser submetido a testes humilhantes. “Com frequência estudantes são maltratados e viram alvo de ovos, carne crua, urina e fezes”, relatou Karley por e-mail.

 

Segundo Coco, os raros frequentadores da biblioteca não deram bola para a gravação. “Tipo, é Nova York, sabe? Ninguém estranhou.” O bicho pegou mesmo no início de fevereiro, quando o filme foi lançado na internet.

Alguns estudantes pediram a cabeça das responsáveis. “Foi uma caça às bruxas, queriam nos expulsar”, diz ela. “Mas a universidade não nos puniu. Só nos lembrou das regras: é proibido filmar na biblioteca. Sobretudo sem roupa.” Um comentarista de rede social se preocupou com a saúde do elenco: “Essas garotas são loucas! Podiam ter contraído salmonela!” Outros qualificaram o trabalho como “pornô feminista”, definição execrada por Coco, pelo menos no quesito “pornô”: “Não era para dar tesão.”

Já o rótulo de “feminista” tem lá seu apelo. Na opinião de Coco, o X da questão sempre vem sucedido por um cromossomo Y. O mercado de arte em Nova York, por exemplo, é dominado por homens. Irritante. Hoje, em vez de incinerar sutiãs, ela preferiu queimar seu filme jogando ovos na biblioteca de Columbia. Que, por sinal, só tem nome de pensadores machos na fachada. Coincidência?

 

Filha de uma professora francesa e de um operador de Wall Street aposentado, Coco cresceu em Marselha e se chamou Émilie Petersen por dezessete anos. Sua cabeça mudou quando chegou a Nova York. Sua cabeça e seu nome. O “sobrenome” novo foi inspirado em Cy Young, um jogador de basebol; o prenome, numa outra referência que ela esqueceu – “Tudo o que eu sei é que não tem nada a ver com a Chanel”.

Não seria na cidade que não descansa que ela dormiria no ponto. Fundou o coletivo artístico The Youngs. Mergulhou na fotografia registrando “coisas quase embaraçosas, como meu namorado entrando no Facebook depois de fazer sexo comigo”. E desfilou na New York Fashion Week.

Coco ama o trabalho do cineasta Roman Polanski, condenado nos Estados Unidos em 1977 por fazer sexo com uma garota de 13 anos (Coco nem toca nesse assunto, prefere se concentrar nos filmes dele). A inspiração para a cena do leite no curta veio de um filme do franco-polonês, Lua de Fel. “A garota está de topless, acorda, bebe leite da garrafa, olha para o namorado e vê que ele não está nem aí para ela. Então começa a derramar leite nela mesma, o leite escorre, e eu fiquei com essa imagem na cabeça.”

Anna Virginia Balloussier

Repórter especial da Folha de S.Paulo, escreve sobre religião, política, eleições e direitos humanos. Autora dos livros O Púlpito - Fé, Poder e o Brasil dos Evangélicos (Todavia) e Talvez Ela não Precise de Mim: Diários de uma Mãe em Quarentena

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