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    IMAGEM: CARLA CAFFÉ

poesia

Nova cartografia carioca

À vista de todos como as costas de uma musa monumental

Gregorio Duvivier | Edição 34, Julho 2009

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GÁVEA

a gávea é um bairro vertical
cortado à esquerda pela lagoa-
-barra e à direita pelo vento gélido
suspenso pelos pilotis da puc
e pelas palmeiras que se erguem
nos canteiros do baixo – o mês
de outubro na gávea é longo
como as pernas de isabel.

PEDRA DA GÁVEA

há pedras que se escondem sob a selva
cerrada – tímidas; há pedras que cobrem
suas vergonhas com neve, mesmo no verão;
há pedras, urbanas, que põem prédios sobre
as suas espáduas, protegendo-as do olhar alheio;
poucas são as pedras que ostentam a própria nudez
à vista de todos como as costas de uma musa monumental

ALTO DA GÁVEA

o mês de fevereiro no rio nasce
em outubro no alto da floresta
da tijuca e chega em novembro
aos bairros sem praia só
se espraia por copacabana em
meados de janeiro e explode
na praia de ipanema em geral
num sábado na gávea ele quase
não chega quando acontece
já estamos em maio.

 

 

BAIXO GÁVEA

a major rubens vaz é um trem
parado logo ali no wild side você
me diz comprida como as acácias
da rua dos oitis e se enrosca entre
as janelas de madeira azul enquanto
cantam du du du du durudu e quando
tudo parece que acabou tudo recomeça
outra vez ao som de músicas no repeat
e lóbulos na língua – longos lábios na nudez do corpo.

 

AVENIDA NIEMAYER

a avenida niemeyer se esgueira à beira
do abismo atlântico como o chile
se espreme entre o mar e a américa
do sul, magríssimo (qualquer dia
desses pode ser que ela afunde,
sempre à mercê das montanhas
e dos acidentes de carro às quatro
da manhã) outro dia mesmo,
parece, um ford ka que
descia o vidigal tropeçou
na mureta e partiu
em direção ao atlântico
como um besouro
acrobata, um martim-
-pescador – obeso.

 

BOTAFOGO

o bairro de botafogo
se fosse um senhor
usaria óculos fundo
de garrafa e daria
bom-dia aos pássaros
cantores que já não
moram na varanda.

 

 

RUA MENA BARRETO

na mena barreto passa uma avó
que nunca teve netos por um feirante
que jamais se casou e dá olá para
um filho que já não tem mãe e todos
seguem carregando suas tristezas
dentro de sacolas de plástico

 

COPACABANA

alguns lugares pertencem a tempos
específicos e repousam numa data
determinada como certos becos
de copacabana que moram em mil
novecentos e noventa e três e de
onde pode-se ligar de orelhões
com fichas e comprar revistinhas
do cascão por cinco mil cruzeiros.

 

CINE RIO SUL

mil novecentos e noventa e oito
anos depois de cristo o cinco meia
nove custava só sessenta e cinco
centavos e às seis passava doug

 

no canal dois e beakman no jantar
eram seis nuggets para cada um
de sobremesa horas no icequê
e cento e dez mil resultados para

“mulheres gostosas” no altavista
depois sempre sonhar com labirintos
o fluminense os beatles as mulheres

do altavista cair do quinto andar
e acordar com a cara afundada
no travesseiro sujo de benzac.

 

POSTO NOVE E MEIO

açaí açaí – você conhece o waldo – olha
o mate – waldo que waldo – é o melhor
mousse do rio de janeiro – agora joga
um spray nas minhas costas – conheço
um waldo que morreu – meu mousse
é o melhor – o waldo não morreu quem
morreu foi o walter foi o waldo – empada
praiana – foi o walter – sabe que – açaí –
no fundo – açaí – eu acho que o nome dele
era – olha – waldo mesmo – o mate – porra
tu – guara plus – tacou spray – guara plus –
no meu olho – o waldo – mate – ele mesmo
então morreu – olha o mate – para morrer
meu amigo – mate – basta estar vivo.

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Gregorio Duvivier
Gregorio Duvivier

Gregorio Duvivier é humorista, ator, escritor, poeta e um dos criadores do canal Porta dos Fundos

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