"Baterista que não é chato, toca razoavelmente bem e está disponível é como dragão na garagem de Carl Sagan: não existe", ensina Mancha FOTO: ARQUIVO PESSOAL
Até tu, que era meu truta?
Ascensão, glória e traição da banda que imortalizou Birigui
Vanessa Barbara e André Conti | Edição 48, Setembro 2010
Nos primeiros meses de 1992, dois fenômenos brasileiros do pop rock se consolidaram. De um lado, a MTV Brasil, lançada no início da década, virou mania entre os jovens. De outro, a banda de Trash Metal Sepultura, nascida em Belo Horizonte oito anos antes, estourava no exterior e, num ensurdecedor ricochete transoceânico, influenciava novas bandas Brasil afora. De uma hora para outra, qualquer pivete que dedilhasse a escala de dó maior na pianola de brinquedo queria fazer um videoclipe para anunciar, em estrídula e desafinada voz, que sabia cantar em inglês e era questão de tempo até arrebentar no exterior.
“A gente achava isso ridículo”, lembrou o paulistano Paulo D’Amaro, 42 anos, cuja marca de nascença no peito lhe valeu o apelido de Paulo Mancha. “Os produtores pegavam uns moleques da Zona Leste que não sabiam nem falar the book is on the table e achavam que iam conquistar o mundo.” Esse estado de coisas o deixava consternado.
Certa noite, comia panetone na cozinha de casa quando teve o estalo de Mazzaropi. Virou-se para o amigo Paulo Bife e anunciou: o negócio era fundar uma banda que cantasse em caipirês para fazer sucesso no interior. “Uma espécie de bairrismo positivo”, explicou ao amigo.
A ideia foi corajosamente aceita. Nascia o Tubaína do Demônio, de inspiração caipira-metal-pauleira, cuja fama no hinter-underground paulista se espalhou em função dos versos que declaravam amor açodado aos burgos mais recônditos e pitorescos das terras bandeirantes. Na obra de Mancha, Bife et alii, elogios grandíloquos são feitos a cidades como Jaú, Marília, Piracicaba, Jundiaí, Embu, Sorocaba, Catanduva, Cabreúva, Boituva, Presidente Prudente, Cajuru e Birigui, sendo reservada a esta última um lugar de honra.
Como exemplo, tome-se Bauru vs. Big Mac, um dos hits do grupo. Ela provavelmente registra a única ocorrência do adjetivo “paiero” na Música Popular Brasileira. Trata-se de uma gíria paulistana que quer dizer “loroteiro”. A letra, composta por Bife e Mancha, diz:
Não aguento mais americano paiero
Contando mentira pro mundo inteiro
Povinho metido e muito picareta
Acham que são os donos do planeta.
O Eu lírico segue enumerando as estultices dos ianques, como o embuste dos irmãos Wright e a crença de que a nossa capital é Buenos Aires. A canção tem dois trocadilhos geniais. O primeiro, nos versos:
Se um Big Mac os faz felizes
É porque não conhecem Bauru…
Jaú, Itu, Embu, Jarinu,
Arandu, Baguaçu, Cajuru, Piraju.
O segundo calembur se agiganta qual um Borba Gato para novamente azucrinar os americanos:
Acham que já viram tudo o que é grandeza
Porque não conhecem Itu.
E assim segue a letra, salpicando rimas ao sabor de um mapa rodoviário.
A musa inspiradora da banda, aquela que sinceramente lhe fala ao músculo cardíaco, entretanto, não é nenhuma dessas cidades. Nem é a Marília de “Jesus mecânico de Marília / envenenou minha Brasília”, tampouco a Itanhaém de Vem, neném, pra Itanhaém. É Birigui, a capital nacional do calçado infantil, a 500 quilômetros de São Paulo. “Birigui salvou a música, salvou a banda”, conta Mancha, completando, com sentimento: “É um lugar mágico.”
Explica-se: Bife e ele estavam imersos nas angústias parturientes da primeira letra da dupla – O diabo é português, inspirada na lendária figura de Roberto Leal, o demônio luso e loiro de A dança do tiro liro –, quando empacaram no verso “Minha alma eu perdi”. Como prosseguir Era um beco sem saída. Ficaram num silêncio espesso como as brumas de agosto no Mandaqui. Mancha arriscou: “Devia ter ficado…” Foi o que bastou para os dois emendarem “… em Birigui!”. A partir de então, todas as músicas do Tubaína faziam ao menos uma menção ao município.
Embora não sejam nativos da autocognominada Cidade Pérola, os integrantes da banda têm uma história de consagração em Birigui. “A gente nunca foi merda nenhuma em lugar algum, mas em Birigui a gente era celebridade”, orgulha-se Mancha.
Em dezembro de 1997, fizeram o primeiro show na cidade. Vieram 2 mil pessoas, que se espremeram na praça Doutor Gama, logradouro onde, assinale-se, os moradores esconderam uma cápsula do tempo, a ser aberta em dezembro de 2011. (O conteúdo do tesouro é desconhecido. “Está lá, escondida num cantinho da praça”, informou o músico. “Aliás, tem que avisar porque senão eles podem se esquecer de abrir.”) Mancha não tem dúvidas em dizer que aquele foi um dos shows mais legais da banda. Compara o frenesi biriguiense à eletricidade produzida por uma estrela pop internacional que, vez por outra, rebola numa dessas Copacabanas da vida. “A gente virou pop star.”
Na esteira do sucesso biriguiense, o Tubaína do Demônio passou a ser requisitado para shows no interior paulista, todos patrocinados pelo Sesc. “Teve um ano em que tocamos em todas as etapas do Campeonato Paulista de Biribol!” – modalidade desportiva criada nos anos 50 e oficializada em 1968 pelo advogado Dario Miguel Pedro, o qual julgou que era hora de sistematizar, de uma vez por todas, as regras do vôlei dentro de piscina. Por uma dessas coincidências que só o padre Anchieta explicaria, o doutor Miguel Pedro era de Birigui, razão pela qual o novo esporte passou a se chamar biribol. É o que ensina Mancha, e a informação, espantosamente, procede. A obra do Tubaína faz repetidas e pertinentes alusões ao esporte, como se pode verificar no verso: “É gratificante jogar o biribol”.
Voltar para Birigui seria certamente finalista num campeonato para escolher a música mais nostálgica de todo o vasto cancioneiro paulista. Lançada em 1993, foi gravada só em agosto de 1997, e imediatamente galgou as paradas de sucesso, virando hit na região de Araçatuba e arredores. A letra fala de um Homo biriguiensis que foi morar na capital.
Mas nesta cidade não encontro tubaína
E todo santo dia é barulho de buzina.
Em seu exílio, prossegue o desabafo da sofrida alma biriguiense:
A saudade vem, nunca ameniza
E a Rádio Pérola aqui não sintoniza.
Depois de elencar outras tantas melancolias da metrópole, o bom homem decide:
Mas aqui não fico nem mais um segundo
Vou pra Birigui que é o melhor lugar do mundo, yeah!
Wando não gravou, mas provavelmente porque é mineiro de Cajuri.
Em 2001, para prestigiar o Bandeirante Esporte Clube, time biriguiense, a banda fez um show antes da partida final da Copa do Interior de futebol do estado de São Paulo. Foi no Estádio Municipal Pedro Marin Berbel, o popular “Pedrão”. Um defeito na bateria eletrônica, que cismava em desandar, obrigou os músicos a tocarem 32 vezes a Marcha do Leão da Noroeste, levando a torcida ao delírio. O time foi campeão e o resto é História com agá maiúsculo.
Uma História, é triste registrar, que não é feita só de lauréis e apoteoses. O início das vacas magras correspondeu ao advento de cinco rapazes de Guarulhos. Em 1995, o Brasil tomou conhecimento dos Mamonas Assassinas, banda de rock debochado que em pouco mais de um ano venderia 2,3 milhões de cópias do CD homônimo, o único que gravariam em estúdio. “A gente conheceu os Mamonas em 1993, quando eles ainda eram a Banda Utopia e viram o nosso show no Aeroanta”, contou Paulo Mancha.
O músico achou as letras cômicas do Mamonas suspeitamente parecidas com as dele. Havia referências em comum, tanto nas letras como nas performances. O Tubaína, por exemplo, também descrevera gente que ia para o litoral fazer farofa a bordo de uma Brasília. Como o sucesso ofusca tudo – em certo momento, os Mamonas Assassinas chegaram a vender 50 mil discos por dia –, “a gente é que começou a parecer cópia deles”, recordou Mancha. Ele entrou em depressão por seis meses e até hoje não ouviu o disco dos rivais. “É uma coisa emocional, não racional”, concede. “Eu sei que eles não me copiaram de propósito e também sei que eram bons músicos, bem melhores do que a gente, além de terem um faro comercial que a gente não tinha. Eles foram naquilo que é sucesso – falar palavrão, piada sexista. Nosso humor é mais debochado, menos escancarado, não tinha como virar popular.”
É dessa época a abreviação do nome da banda. Tubaína do Demônio lembrava Mamonas Assassinas. Ficou Tubaína mesmo. A banda também sofreu uma reformulação. Desavenças afastaram Paulo Bife, substituído – como não? – por Américo Cebola. Aos dois se juntou Wagner Kawata, engenheiro civil cuja função era operar os botões de play e pause da bateria eletrônica. Kawata fora colega de Mancha na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Em meados dos anos 90, Kawata mudou-se para o Japão, e a cidade onde se estabeleceu foi devastada por um furacão. “Aí a gente espalhou que não tinha sido furacão coisa nenhuma, era ele que tinha destruído tudo”, conta Mancha. Assim nasceu a canção Engenheiro doido, cujo refrão ricamente rima “que a todos mata” com “Wagner Kawata”. Procurado pela reportagem, Kawata, hoje um renomado profissional, não quis dar declarações, limitando-se a exclamar: “Nozes! Ainda existe essa música?!”
O próximo capítulo da saga tubainense, decerto o mais jururu, tem como locus Birigui, o que é crudelíssimo. Assim como aconteceu na relação de Dublin com James Joyce, a cidade que a banda cantara em versos pungentes os abandonou. Para início de conversa, com exceção do Sesc, todo mundo lhes deu o cano, inclusive a prefeitura. “Os caras chegaram a cancelar show sem avisar a gente”, lamenta-se Mancha. “Cansamos de levar calote de Birigui e ficamos extremamente putos com a cidade. Todo mundo quer roubar o Tubaína.”
A gota d’água foi a adoção de Birigui pelos humoristas Paulo Bonfá e Marco Bianchi, apresentadores do programa Rockgol de Domingo, da MTV. Segundo Mancha, o Tubaína mandou um CD para a produção do programa, que o adotou como trilha de fundo. Aos poucos, o charme da cidade foi se impondo, e os apresentadores passaram a incluir Birigui, “a Massachusetts brasileira”, nos seus comentários. De súbito, Birigui viu-se cortejada por gente mais famosa e decidiu dar as costas a quem sempre a prestigiara. O município se tornou (mais ou menos) célebre em todo o território nacional. Mas pouca gente sabe que a palavra “birigui” vem do tupi-guarani e significa “mosca que sempre vem”, já que mosquitos hematófagos de dimensões reduzidas empesteiam a região (até hoje).
Não satisfeitos em dar calote nos músicos, os biriguienses deitaram por terra os bravos homens do Tubaína, substituídos no altar da devoção popular pelos apresentadores da MTV. Para cúmulo do desencanto, em janeiro de 2005, Paulo Bonfá recebeu um convite oficial da cidade para desfilar em carro de bombeiros. Na ocasião, recebeu do prefeito a chave da cidade. “Eu juro, cara!”, vocifera Mancha, compreensivelmente indignado.
Procurado pela reportagem, Paulo Bonfá se fechou em copas e, talvez, tenha se abespinhado com as perguntas: declarou que não tinha “interesse em ajudar pessoas desconhecidas a se promover às minhas custas”. Sugeriu que escrevêssemos sobre temas de maior relevância.
Menos mal que um vereador de Birigui, que fez a Câmara Municipal aprovar uma moção de agradecimento à banda, em reconhecimento ao fato inequívoco de que, sem ela, o programa Rockgol jamais teria colocado o município no mapa artístico nacional. “Mas a chave da cidade não deram”, objeta Mancha. “Ou seja, a gente não entra mais em Birigui. Se quiserem nos rever, mandem o Bonfá abrir a porta.”
Quem saiu perdendo, indubitavelmente, foi Birigui: versos recentes do Tubaína não mencionam mais a cidade; foi substituída pelo bairro paulistano da Mooca.
O Tubaína passou os últimos anos em banho-maria devido à agenda atribulada dos seus integrantes. Na atual formação, a banda é composta por Américo Cebola (Américo de Almeida Filho, nos registros civis), 47 anos, professor de engenharia da UniSant’Anna; Galvão Chucruts (Ricardo Galvão), 23 anos, engenheiro e professor de rockabilly no The Clock Rock Bar; Felício Imprevisto (Luiz Felício Finotti), 46, técnico em informática; e Paulo Mancha, que cursou engenharia química, mas mudou de ideia e hoje é jornalista.
Mancha foi editor nas revistas Superinteressante, Galileu, Quatro Rodas e Época, na qual escrevia sobre ciência. Teve passagens insólitas pelos periódicos Náutica e Offshore. Recebeu menções honrosas no Prêmio Abril de Jornalismo e, em 1993, foi agraciado com o Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito por uma reportagem sobre a falta de educação do brasileiro ao volante. Nos últimos tempos, abrilhantou a redação das revistas Terra, Próxima Viagem, Aviação em Revista, Viajar pelo Mundo e agora é editor-chefe das publicações Viajar (de turismo) e Voar (de aviação), atividade que conjuga com a de comentarista de futebol americano para o canal BandSports.
Essa última função causou espécie nos fãs mais extremados e ideológicos da banda. O autor da candente Bauru vs. Big Mac, o libelo paroquialista contra a empáfia americana, teria se rendido ao império ianque? Dezoito anos atrás, entre as inúmeras peculiaridades norte-americanas a serem espezinhadas, a canção incluía exatamente o futebol que se joga por lá:
Uma brincadeira de mão
Um monte de marmanjos se dando porrada
Correndo atrás de uma bola amassada.
Em defesa própria, Mancha alega que passou a gostar do esporte depois que compreendeu as regras. “Posso odiar os americanos, mas adoro esse jogo”, diz, sem pedir desculpas pela heterodoxia. Acrescente-se que poucos se dedicaram a decifrar todas as camadas significativas de Bauru vs Big Mac. A canção decerto critica o egocentrismo ianque, mas foram raros os que perceberam que o Tubaína também faz um comentário acrimonioso a respeito daqueles que, tão presos ao próprio umbigo quanto os americanos, embarcaram na sugestão de que Birigui é o centro do mundo. Nisso, que poderia ser chamado de megalomania caipira – uma das grandes especialidades do Tubaína – residiria a sátira mordaz do grupo.
Tome-se, a título de exemplo, uma canção polêmica, De Queluz eu não passo, manifesto anticarioca que em 1994 rendeu ao compositor uma ameaça de morte pelo telefone. Na letra, um sujeito apaixonado diz que faria tudo pela amada:
Por você eu subo as montanhas de Campos do Jordão
Por você eu nado de Cananéia a São Sebastião.
Tudo, valei-nos o padre Manuel da Nóbrega, menos socializar com “essa moçada ishperta” – leia-se, os cariocas. A balada termina com um cândido:
Oh, baby
Por você tudo eu faço
Mas de Queluz eu não passo!
(Para quem faltou a essa aula de geografia: na Via Dutra, Queluz é o derradeiro bastião Paulista antes da fronteira com o Rio.)
Arrumar um baterista é o principal obstáculo à continuação da banda. Também seria bom descolar um canto para tocar. E talvez retomar o patrocínio da Iwamoto Produtos Alimentícios, fabricante das pipocas Gasparzinho, que a cada show fornecia 300 pacotes do produto para distribuir à buliçosa plateia.
Até 2007, o Tubaína se apresentava mensalmente no Dinossauros Rock Bar, no bairro paulistano de Pinheiros. Na época, tinham um baterista de carne e osso, Felício Imprevisto, assim alcunhado por faltar seguidamente a compromissos devido a “um imprevisto”. Pararam de tocar justamente por isso: era impossível compor novas canções sem um baterista que comparecesse aos ensaios. “O baterista que não é chato, toca razoavelmente bem e está disponível é como o dragão na garagem do Carl Sagan: não existe”, ensina Mancha.
Mancha continua a ser o pilar da banda, o Domingos Jorge Velho a desfraldar a heroica bandeira das treze listras em plagas inóspitas. Até os últimos dias, era ele quem marcava as apresentações, divulgava o grupo e arcava com o prejuízo. Num determinado momento, chegou a tirar do próprio bolso 1 500 reais por show. Era uma produção grandiosa, que exigia palco, cortinas, figurino, camarim e cotonetes gigantes. Como apresentar o Rap do Império Romano sem uma toga de César? Trata-se de uma canção histórica, que narra a “parada que começou com a bronca de dois manos”, leia-se, Rômulo e Remo. Roma vira Império e, certo dia, acontece o pior: “Eles empataram César na escada da quebrada.” Ao perceber o fim, o Imperador se vira para Brutus e exclama a questão imorredoura: “Até tu, que era meu truta?”
Mancha desistiu de viver do Tubaína. “Quando lancei o primeiro CD, ainda tinha esperança de virar músico profissional, mas aí descobri como o mundo das gravadoras é nojento e decidi que aquilo não era pra mim”, diz. Chegou a participar de reuniões com grandes selos, mas os executivos queriam transformar a banda numa cópia dos Mamonas Assassinas. Diziam coisas como: “Vamos botar um vocalista bonitinho”, “Eu quero que vocês cantem essas músicas todas com sotaque nordestino”, “Botem mais palavrão nas letras.”
A saída foi desistir do estrelato e continuar a compor canções que incluem a palavra “queijadinha”, ou épicos como Deus e o diabo em Sorocaba, sobre uma partida de gol a gol entre o Criador e o Coisa-Ruim, que se cruzam em plena Vila Hortênsia.
É com essa verve, e com tremebundo amor à Terra de Piratininga, que o Tubaína prepara a sua volta. O show de reestreia será, é claro, em São Paulo, mais uma vez no Dinossauros Rock Bar, no dia 29 de outubro, às 22h22 em ponto. Estará presente até o baterista Luiz Felício Imprevisto (salvo se lhe ocorrer um imprevisto).
Escritora e jornalista, é colaboradora do New York Times e da New York Review of Books. Publicou o romance Noites de Alface (Alfaguara) e Mamãe Está Cansada (Companhia das Letrinhas). ). É autora do periódico digital A Hortaliça na plataforma Substack.
André Conti é editor na Companhia das Letras.