Minsky imaginou máquinas capazes de aprender e de se reprogramar – e conscientes disso FOTO: PHOTO COURTESY HTTP://PHILIP.GREENSPUN.COM
Minsky e nós
As ideias do pai da Inteligência Artificial
Pablo Nogueira | Edição 114, Março 2016
Quando cursava o 2º ano da faculdade de matemática em Harvard, na década de 40, Marvin Minsky interessou-se pela neurologia. Um professor de zoologia o convidou a colaborar numa pesquisa de laboratório que buscava compreender como os lagostins movimentam suas garras. Minsky logo se tornou um expert na dissecação de lagostins e identificou os nervos associados à manipulação das tenazes. E fez mais: conectou uma delas a switches e baterias. Com o toque de um botão, o jovem estudante era capaz de fazê-la se dobrar sobre a mesa, bem como agarrar um lápis e girá-lo no ar. O laboratório passou a ser visitado pelos professores do departamento de biologia, que nunca tinham visto algo semelhante.
A capacidade de vislumbrar formas inovadoras de empregar a tecnologia era só um dos dons intelectuais de Minsky, que morreu no dia 24 de janeiro, aos 88 anos, num hospital de Boston, vítima de uma hemorragia cerebral. Sua mente navegava com igual perícia pela física, neurologia, robótica, ciência da computação e filosofia. E tudo o que aprendeu acabou servindo para ajudá-lo a trazer à luz um campo de pesquisa inteiramente novo: a Inteligência Artificial.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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