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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2016

esquina

Chicotadas em família

Mãe e filha num bar sadomasoquista

Antonio Mammi | Edição 121, Outubro 2016

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Foi na hora do almoço de um dia comum, enquanto se ocupava dos pedidos da freguesia, que Fernanda Benine ouviu a ideia pela primeira vez. A proposta veio de um dos poucos habitués do café que ela e a mãe, Sílvia Benine, mantinham no bairro de Pinheiros, em São Paulo. O movimento da casa estava diminuindo, e as duas batiam cabeça para inventar um novo negócio. Por que não inaugurar uma sex shop destinada ao público BDSM?, sugeriu o cliente. “Eu mesmo visitaria uma loja assim”, confessou. Diante do olhar interrogativo da jovem comerciante, ele traduziu a sigla: “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo.”

Fernanda, de 28 anos, faz o tipo “garota de Berlim”. Tem cabelos vermelhos com pontas cor-de-rosa e gosta de usar roupas escuras. Resoluta, costuma falar rapidamente, quase atropelando as palavras. Escutou a proposta do amante de chicotes, couros e cordas em meados de 2015, com o pragmatismo de quem precisava fechar as contas no fim do mês – e foi consultar a mãe.

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