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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2016

esquina

Golden boy

Um novato na Câmara do Rio

Malu Gaspar | Edição 122, Novembro 2016

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“Moço, vamos fechar. Você pode ir embora. A sessão acabou”, disse o segurança da Câmara Municipal do Rio de Janeiro em meados de outubro, cutucando as costas de Leandro Lyra. O rapaz de 24 anos, óculos e cabelos curtos se encontrava no fundo do plenário. Absorto, destrinchava a lei orgânica do município e as 700 páginas que compõem o regimento interno da Casa. Chegara logo depois do almoço para visitar o local onde vai trabalhar a partir de janeiro. Dias antes, ao receber 29 217 votos, tornara-se o décimo vereador mais votado da cidade, embora sem nenhuma experiência política, e o mais jovem da próxima legislatura. Também virou estrela do Partido Novo, que disputou sua primeira eleição. Registrada em setembro de 2015, a legenda propaga ideias tipicamente liberais, como redução do Estado e maior eficiência na gestão pública.

Lyra se mostrava ansioso para conhecer os atuais parlamentares e entender o funcionamento da Câmara. Mas a sessão foi morna. Aprovaram-se apenas umas homenagens e proferiram-se uns poucos discursos. Os mais ruidosos partiram de vereadores ligados à comunidade judaica, que protestavam contra uma nota do PSOL. A sigla de esquerda tachava de genocida o ex-primeiro-ministro de Israel Shimon Peres.

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