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O jovem Oswald perdido na multidão

Um convencional retrato de grupo das primeiras décadas do século XX revela a presença de uma figura inusitada

| 02 mar 2016_18h44
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Nada mais convencional que o retrato de grupo reproduzido nesta página – típico das fotografias coletivas de repartições públicas ou diretorias de firmas privadas –, realizado por fotógrafos profissionais nos anos 1910/1920. O que diferencia esta imagem, de autoria de Jorge Elói, fotógrafo atuante em São Paulo (conforme a etiqueta colada à direita), é a presença de uma figura inusitada entre os corretos e sisudos senhores engravatados. Trata-se do jovem Oswald de Andrade, o segundo em pé da direita para a esquerda, que posa com seus colegas do Jornal do Comércio. Na época, o maior jornal do Rio de Janeiro também tinha uma sucursal em São Paulo, na qual Oswald trabalhou de 1917 a 1922.

Em 1920, os jornalistas paulistas receberam a visita de Félix Pacheco, então diretor do jornal na matriz, e decidiram posar formalmente em torno do chefe, o primeiro à esquerda no sofá. Félix Pacheco era um literato renomado, membro da Academia Brasileira de Letras, e estava prestes a se tornar ministro do Exterior no governo Artur Bernardes.

O exemplar da foto que lhe ofereceram como lembrança de sua visita, assinado por todos os presentes, foi reencontrado entre os papéis de Pacheco quase oitenta anos após sua morte, ocorrida em 1930. O jovem Oswald, com menos de 30 anos, só foi reconhecido porque sua assinatura consta no canto inferior esquerdo.

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