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Mario de Andrade no escuro

Com o rosto realçado por uma iluminação dramática, Mario de Andrade surge mais atraente nesta composição do que em outros retratos.

| 21 jan 2016_17h30
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Com o rosto realçado por uma iluminação dramática, Mario de Andrade surge mais atraente nesta composição do que em outros retratos. A imagem é devida ao fotógrafo paulista Benedito Duarte, que assinava VAMP (muito antes dessa palavra ganhar sua conotação atual). Deve ter sido tirada por volta de 1935.

B.J. Duarte (1910-1995) era sobrinho de um grande retratista da Casa Imperial e suas imagens da São Paulo em transformação das décadas de 1930 a 1950 são notáveis. Mas é sobretudo sua breve obra de retratista nos anos 1930 que lhe garante um lugar especial na fotografia brasileira moderna.

Segundo suas próprias palavras, num depoimento cinquenta anos mais tarde: “Minha maneira de iluminar era estranha para a época, meio vampiresca e [um amigo] sugeriu VAMP. Hoje isso me parece de um mau gosto incrível”.

Mario parece ter gostado o suficiente do resultado das inovações de Duarte, (que, sem dúvida, o embelezavam), pois existem pelo menos três poses diferentes e alguns exemplares dessas fotos com dedicatórias para amigos. A inscrição na imagem desta página é datada de 1942 e dirigida a Newton Freitas, intelectual capixaba com quem Mario trocou dezenas de cartas ao longo de 15 anos.

As fotos originais de Mario de Andrade não são comuns, especialmente desta série “escura” de Benedito Duarte responsável por algumas das mais belas imagens do poeta.

 

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