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O olhar de Zapata

Zapata foi, juntamente com Pancho Villa, o líder mais famoso da Revolução Mexicana de 1910 e estava no auge de seu poder influência, aos 35 anos, em 1915, quando posou com olhar algo intenso, algo perdido para esta imagem no estúdio do fotógrafo H. J. Gutierrez na Cidade do México, usando seu uniforme de “charro”, típico da região onde nasceu.

A foto é dedicada ao General Domingos Arenas, que Zapata considerava então seu aliado, mas que depois hesitou, o traiu e pretendia voltar para o lado de Zapata quando foi assassinado em 1917, aos 29 anos. Também Zapata foi assassinado dois anos mais tarde, aos 39 anos, e sua morte precoce e trágica congelou sua lenda.

| 12 fev 2014_17h26
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O hábito de fazer dedicatórias em fotografias começou a disseminar-se na Europa, nos Estados Unidos e até no Brasil com a popularização dos pequenos retratos em tamanho nos anos 1860. Era agora possível para qualquer pessoa fixar seus traços graças à nova invenção, luxo antes limitado aos ricos que podiam pagar um pintor para imortalizar suas feições. Até o começo do século XX foram sobretudo cantores, atores e atrizes que distribuíram fotos assinadas para todos seus admiradores. Das estrelas de Hollywood, existem hoje centenas de milhares de fotos em circulação. Também os monarcas e chefes de Estado trocavam fotos assinadas entre si, ou as ofereciam como lembrança a altos funcionários ou diplomatas. Muito mais raras são as imagens assinadas por quem não foi grande celebridade em vida ou não ocupou cargo público e tornou-se famoso mais tarde. É o caso de grandes escritores ou artistas (de Van Gogh por exemplo, não existe nenhuma foto comprovada na idade adulta!). Entre as personalidades que não costumavam dedicar fotos figuram naturalmente os célebres revolucionários do século XX, dos quais faz parte o mexicano Emiliano Zapata, que tornou-se uma figura mítica do século XX e chegou a ser retratado no cinema por Marlon Brando.

Zapata foi, juntamente com Pancho Villa, o líder mais famoso da Revolução Mexicana de 1910 e estava no auge de seu poder influência, aos 35 anos, em 1915, quando posou com olhar algo intenso, algo perdido para esta imagem no estúdio do fotógrafo H. J. Gutierrez na Cidade do México, usando seu uniforme de “charro”, típico da região onde nasceu.

A foto é dedicada ao General Domingos Arenas, que Zapata considerava então seu aliado, mas que depois hesitou, o traiu e pretendia voltar para o lado de Zapata quando foi assassinado em 1917, aos 29 anos.

Também Zapata foi assassinado dois anos mais tarde, aos 39 anos, e sua morte precoce e trágica congelou sua lenda.

Nenhuma outra foto assinada de Zapata parece ter aparecido no mercado nos últimos 50 anos, e esta foi adquirida por seu atual detentor num prestigioso leilão nos Estados Unidos, no começo do milênio.

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