Einstein e a psicanálise
Entre todos os manuscritos produzidos do século XX disponíveis no mercado, os de Albert Einstein talvez sejam os mais procurados. Churchill e Kennedy, por exemplo, são muito disputados nos leilões por colecionadores ingleses e americanos, mas a popularidade de Einstein é universal. Para sorte de seus admiradores, ele escreveu um grande número de cartas e assinou incontáveis documentos durante os quarenta anos durante os quais foi famoso internacionalmente.
Entre todos os manuscritos produzidos do século XX disponíveis no mercado, os de Albert Einstein talvez sejam os mais procurados. Churchill e Kennedy, por exemplo, são muito disputados nos leilões por colecionadores ingleses e americanos, mas a popularidade de Einstein é universal. Para sorte de seus admiradores, ele escreveu um grande número de cartas e assinou incontáveis documentos durante os quarenta anos durante os quais foi famoso internacionalmente.
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A carta acima tem conteúdo excepcional e é dirigida à sua ex-mulher em 1932. Nela, Einstein discute os problemas de depressão de seu segundo filho, Eduard. Está convicto de que a doença é hereditária e rejeita enfaticamente a sugestão de um tratamento psicanalítico. “Não tenho boa impressão a respeito da psicanálise, pois só observei experiências ruins entre nossos conhecidos. Considero-a uma perigosíssima moda passageira, à qual me oponho totalmente. Ninguém se submeterá a esse tipo de tratamento com meu consentimento e não o encorajarei em nenhuma circunstância”. Einstein propõe que Eduard venha morar com ele em sua casa de campo, onde a paz, a quietude e a companhia do pai farão bem ao menino. “Minha influência sobre temperamentos de natureza nervosa costuma ser benéfica devido à minha personalidade tranquila”.
Por volta dessa época, Freud comentava por escrito seu primeiro encontro com Einstein da seguinte forma: “Conversei com Einstein por duas horas. Ele é caloroso, confiante e simpático. Entende tanto de psicologia quanto eu de física, e por isso, nos demos muito bem…"
A primeira mulher de Einstein, Mileva, era uma notável física croata que acompanhava e estimulava o pensamento do marido. Seu papel no desenvolvimento da Teoria da Relatividade é hoje cada vez mais reconhecido. Mesmo com a separação, o relacionamento entre eles permaneceu próximo e, em outro trecho da carta, Einstein tenta reconfortar Mileva: “Pense em todas as tragédias que o mundo conhece e, mesmo assim, as flores continuam crescendo e os pássaros cantando. A natureza não está interessada no indivíduo. O homem deve viver seu destino da melhor maneira possível”.
Esta memorável carta nos revela um momento de reflexão e intimidade. Também abre uma pequena janela sobre o contato entre dois dos maiores gênios do século XX, mostrando a profunda antipatia de Einstein pelas teorias de Freud, com quem manteve relações cordiais, porém distantes.
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