"Sê-lo-á aproximadamente assim", afirmou Temer sobre o tamanho do rombo nos cofres públicos
Mercado do habeas corpus vive hiperinflação após sanção de Temer
BOUTIQUE DASLEI – Injusto, individualista, inclemente. Essas foram as palavras publicáveis usadas por corretores de habeas corpus para se referir ao presidente Michel Temer. A saraivada de críticas e impropérios começou ontem, depois que Temer sancionou o aumento salarial dos ministros do STF – o que vai gerar um rombo anual de pelo menos 4 bilhões de reais aos cofres públicos.
“O Temer é réu em dois processos no STF”, explicou um advogado com MBA na compra e venda de habeas corpus. “Normalmente, um habeas corpus como o dele seria negociado no varejo com alguém como o Gilmar. Mas aí o Temer deu uma canetada, passou por cima do rito, e resolveu negociar logo no atacado.” O corretor explicou que a compra de um habeas corpus a 4 bilhões de reais – a ser repartido entre ministros, desembargadores, juízes, procuradores, promotores e defensores públicos – vai gerar uma hiperinflação no mercado, afetando o poder de barganha de pequenos fraudadores presos na série B da Lava Jato. “Isso é dumping”, sentenciou.
Do outro lado, operadores de Brasília defendem a postura de Temer: “O que estamos criando é um novo nicho de mercado, o Habeas Corpus Luxus”, explicou o marqueteiro e habeascorpuseiro do Planalto, Elsinho Mouco. “Claro que ainda vai existir o varejão, o mercado popular, a black friday, mas temos que admitir que existe um público diferenciado que exige um produto mais top.” Em paralelo à discussão, o mercado já começa a se movimentar para criar alternativas. A startup de compras coletivas Peixe Grande ofereceu um pacotão de habeas corpus para serem usados só no futuro, para quem pretende ser preso em 2019.
Leia Mais
"E daí? Não sou carcereiro", diz Bolsonaro a patriotas presos
Conselho Tutelar: Bolsonaro processa TSE por expor filho a obscenidades
MAMADEIRA DE TOGA - "A que ponto chegamos? Um pai não pode nem levar seu pequerrucho ao trabalho sem que ele seja exposto a conteúdos obscenos como urnas eletrônicas, transparência e DEMOcracia??", esbravejou a ex-ministra Damares Alves no Twitter. A indignação veio após a divulgação de imagens do adolescente Carlos Bolsonaro, de 39 anos, completamente atônito em cerimônia no TSE.
STF diz chega e dá apenas mais 8425 chances para Bolsonaro ameaçar a democracia
Com nova contagem do ministério da Saúde, vírus ganha excludente de ilicitude