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    “Prefiro me machucar do que machucar as coisas de alguém”, dizia Roque Luiz Ferreira. Ele carregava móveis e eletrodomésticos para o alto da favela sem ajuda de ninguém CREDITO: ADRIANO VON MARKENDORF_2013

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Hércules do Morro

Quando o homem mais forte do Pavão-Pavãozinho fraquejou

Armando Antenore | Edição 153, Junho 2019

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A Copa de 2014 acabara de começar e a guia turística Ceci Maciel ainda se debatia com um problema nada trivial. Setenta e cinco torcedores, recém-chegados da Austrália, planejavam não apenas ver alguns jogos in loco como conhecer melhor o Brasil, país que sediava a competição. No Rio de Janeiro, pretendiam visitar os inevitáveis Cristo Redentor e Pão de Açúcar, mas também uma favela. “A do Pavão-Pavãozinho seria perfeita”, conjecturou a guia que, apesar de nascida em Belo Horizonte, conduzia forasteiros pela capital fluminense havia quase duas décadas. Situada na Zona Sul, região mais próspera do Rio, a comunidade lhe pareceu adequada primeiro por já ter o costume de receber turistas. Depois, por oferecer uma paisagem magnífica. Quem alcança o cume da favela, encarapitada no maciço do Cantagalo, vislumbra tanto a praia de Copacabana quanto as montanhas que recortam o litoral.

Com a ajuda de moradores do PavãoPavãozinho, a guia organizou um passeio para o feriado de Corpus Christi. Os estrangeiros se dividiriam em três turmas, que subiriam a comunidade por trilhas distintas e se encontrariam no topo do morro. Ali, parte do grupo disputaria uma pelada com jogadores da própria favela – um Brasil versus Austrália em campo de terra. Logo depois, todos almoçariam num dos casebres locais. A dona da residência prepararia uma feijoada.

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Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz

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