O pastor Silas Malafaia expulsou três Gilmares Mendes do corpo de um fiel que pleiteava uma vaga no STF FOTO: ADRIANO VIZONI/FOLHAPRESS
Após declaração de Bolsonaro, Gilmar Mendes concede habeas corpus preventivo a Estado laico
JULGAMENTO FINAL – A fala do presidente Jair Bolsonaro de que a mais alta corte do país deveria ter um integrante evangélico fez o ministro Gilmar Mendes expedir um habeas corpus preventivo em defesa do Estado laico. “É claro que eu preferiria gastar meu tempo dando habeas corpus pro Cunha, pro Cabral, pro Dirceu ou pro Lúcio Funaro”, disse Mendes. “Mas às vezes um homem precisa colocar o prazer em segundo plano em nome do trabalho.”
O HC preventivo foi celebrado por todos no STF, salvo pelo presidente da corte, o ministro Dias Toffoli, que já havia sublocado metade de seu gabinete à Igreja Universal. “Eu já tinha colocado um militar no meu gabinete em homenagem à eleição do Bolsonaro”, disse Toffoli. “Nada mais natural do que me adaptar a essa nova declaração, portanto.” Toffoli também abriu concurso para juristas especializados em crimes de milícia, terraplanismo e golden shower.
A notícia pegou de surpresa o ex-senador Magno Malta que estava em um alfaiate tirando medidas para a confecção de uma toga. Mas afirmou que o adereço não tinha nada a ver com a possível vaga na corte: “Togas são tendência da moda em muitos países. De qualquer maneira, o presidente está certo. É preciso alguém no STF que entenda que a Bíblia é maior que a Constituição. Mas tudo bem, não existe habeas corpus que livre do fogo do inferno, se é que você me entende.” O ministro da Justiça, Sergio Moro, foi procurado pela reportagem para comentar a decisão de Mendes, mas não pôde responder pois, segundo sua assessoria, se encontrava em curso de formação de pastores no Monte das Oliveiras.
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