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    Aliás, por que o nome Macunaíma? Vamos dar a Macunaíma um nome decente. Que tal Walter? CRÉDITO: REPRODUÇÃO

despedida

Para salvar a juventude!

Rondônia tem razão: chega de livros que afrontam o cidadão de bem

Antonio Prata | Edição 162, Março 2020

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Caro coronel Marcos Rocha (PSL), excelentíssimo governador de Rondônia: não nos conhecemos. Meu nome é Adolfo Goebbelino Ataúde. Sou piraporense, cristão, patriota, defensor da família e dos bons costumes e inimigo do comunismo que ameaça nosso mundo, nossas instituições e principalmente nossa cultura. (Chamar de “globalismo” esse conjunto de ameaças é uma jogada dos próprios comunistas a favor da teoria absurda do globo terrestre, quando qualquer ser humano dotado de um WhatsApp sabe que a Terra é plana.)

Aliás, foi num grupo de WhatsApp, governador, o Pirapora Liberal, que ouvi falar da lista contendo 43 livros impróprios para nossa juventude, que a sua secretaria estadual da Educação pretendia retirar das escolas. Foi com imensa decepção que li, pouco depois, também no Zap, que a secretaria havia voltado atrás.

Recuperado do escusável medo, da surpresa e da violenta emoção, pus-me a pensar que o senhor deve ter tido suas razões para desistir do nobilíssimo intento. Petistas infiltrados na pasta? Ameaças do Foro de São Paulo? Lobby do Leonardo DiCaprio? Ou mesmo influências demoníacas? Não importa. Fato é que os livros voltaram e lá estão para fazer a cabeça dos nossos jovens e transformá-los em comunistas maconhistas gayzistas mimimistas rouanetistas quilombolistas paulofreiristas indianistas carnabloquistas goldenshoweristas.

 

Tenho, porém, uma ideia que pode não só salvar a juventude rondoniense, mas a juventude de toda a planície mundial: e se, em vez de proibir livros – coisa que sempre causa muito barulho –, nós os alterássemos, trazendo o conteúdo para o lado do cidadão de bem? Aqui vão algumas sugestões:

Macunaíma, o Herói sem Nenhum Caráter, de Mário de Andrade. Comecemos corrigindo o título, claro. Que tal: Macunaíma, o Herói com Muito Caráter? Indo além, por que Macunaíma? O índio hoje é cada vez mais um ser humano como a gente. O índio quer evoluir. Vamos dar a Macunaíma, então, um nome decente. Que tal: Walter, o Herói com Muito Caráter? Walter nasceria na floresta, mas migraria para São Paulo, onde conheceria o grande empresário Venceslau Pietro Pietra, que o contrataria como porteiro. Fim.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Taí o maior exemplo do vitimismo da esquerda. Um livro narrado por um morto? Contando a história de sua existência fracassada? Ele come o pão que o diabo amassou na mão de uma tal Marcela, faz sexo com uma manca, investe numa startup de emplastros medicinais, dá tudo errado e daí ele morre e começa com o mimimi póstumo. Por que não fazer desta uma história de empreendedorismo e sucesso? Brás Cubas lança seu emplastro. Ganha uma fortuna. Faz ipo em Nova York. Casa-se com uma americana ou uma europeia. Escreve sua saga, nos moldes de um Augusto Cury ou de um Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas. Um livro a ser reescrito pela pena de um patriota, com a tinta da meritocracia.

 

Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues. Repare no enredo asqueroso. Um homossexual é atropelado. Outro homossexual o beija na boca. E a partir daí acompanhamos a justa desgraça que recai sobre o homossexual sobrevivente. Que tal: um heterossexual vai ser atropelado por um homossexual comunista e bandido que está acabando de assaltar um banco? Outro heterossexual percebe o risco iminente, tira a arma que legalmente porta na cintura, mata com cinco tiros o bandido homossexual. O livro acaba num grande almoço de confraternização na praça de alimentação do Shopping Eldorado, com as famílias dos heterossexuais comemorando o ocorrido e rezando, de mãos dadas, um Pai–Nosso diante do Burger King.

Os Sertões, de Euclides da Cunha. O maior exemplo literário da demência politicamente correta que medra em nosso país. O repórter vai pros cafundós da Bahia acompanhar a luta do nobre Exército brasileiro contra baderneiros hereges que se recusam a pagar impostos (uma espécie de mst da época). Depois volta e escreve um livro “ai, tadinho deles, tão desamparados, tão massacrados, ui ui ui”. Minha sugestão: começa a vagabundagem na Bahia. O Exército é mandado. Mira na cabecinha. Cancela os cpfs. O livro termina em São Paulo, com a população aplaudindo enquanto um soldado quebra uma placa em homenagem a Antônio Conselheiro. Fim.

O Castelo, de Franz Kafka. Um agrimensor chamado K. (Karl? De Karl Marx?) tenta chegar a um castelo no alto de uma montanha, mas nunca consegue, e o livro acaba. É com esse tipo de exemplo que a esquerda visa encorajar a nossa juventude? Minha ideia: um agrimensor chamado Jair tenta chegar ao alto de uma montanha, todos dizem que é impossível, tentam pará-lo com fake news, ofensas e até uma facada, mas ele chega ao castelo e o livro termina com Jair sendo recebido num aeroporto e todos gritando “Mito! Mito! Mito!”.

 

Poemas Escolhidos, de Ferreira Gullar.  Nunca tinha ouvido falar em Ferreira Gullar. Achei a foto no Google e imediatamente entendi por que lhe dão relevância literária: mulher, velha e lésbica, feiíssima, por sinal. É o tipo da conjunção que a esquerda adora. Sua obra principal: Poema Sujo. Veja a doença desses esquerdistas gayzistas! Têm toda a liberdade de escrever um Poema Limpo, um Poema Cheiroso, um Poema Impoluto e, no entanto, escolhem, de livre e espontânea vontade, chafurdar na sujeira. Essa Ferreira Gullar eu sugiro cortar mesmo, sem dó.

 

Caro governador: a lista é grande e o espaço é curto, mas espero ter conseguido demonstrar que, com um pouco de empenho e boa vontade, podemos mudar a cultura brasileira e encaminhar nossa juventude para o lado da virtude, da família e de Deus.

Já encomendei pela internet outras obras degeneradas para sugerir mudanças no enredo. Há semanas as venho lendo com imenso desprazer, pelo bem do Brasil. São elas: A Filosofia na Alcova, do Marquês de Sade; Notas de um Velho Safado, de Charles Bukowski; Pornopopeia, de Reinaldo Moraes – fora uma coleção completa da Playboy dos anos 1980 e 1990, por causa das entrevistas, claro.

Um grande abraço, governador! Continue ereto, firme, pulsante e entumecido na luta contra esse buraco que quer nos engolir!

Sem mais delongas, Adolfo Goebbelino Ataúde.

Antonio Prata
Antonio Prata

É escritor e cronista, escreve aos domingos na Folha de S.Paulo. Publicou as coletâneas de crônicas Trinta e Poucos e Nu de Botas

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