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Entre os alunos ricos, 38% voltaram a ter aulas presenciais até julho; entre os pobres, apenas 16% voltaram

Luigi Mazza e Renata Buono | 13 ago 2021_16h23
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Até julho, a retomada das aulas presenciais se deu sobretudo nas escolas particulares frequentadas por alunos de maior renda. Uma pesquisa Datafolha encomendada pela Fundação Lemann, pelo Itaú Social e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostrou que, entre os alunos matriculados em escolas de nível 4, 5 e 6 na tabela de Indicadores de Nível Socioeconômico (INSE) do Inep, 36% já tinham a opção de assistir a aulas presenciais no começo de julho. Entre os estudantes de escolas de nível 1, 2 e 3 do INSE, apenas 16% tinham essa opção. Os diferentes indicadores do INSE são calculados com base na renda das famílias vinculadas a cada escola, assim como nos seus bens e poder aquisitivo. Quanto mais alto o indicador, maior o nível socioeconômico da escola.

A pesquisa mostra que mesmo a volta às aulas tem sido marcada por desigualdades. Enquanto as escolas particulares tiveram, em média, mais estrutura para prover o ensino remoto e híbrido durante a pandemia, nas escolas públicas o cenário foi outro. Em 2020, apenas 65% das escolas da rede municipal – que concentra a maioria dos estudantes brasileiros do ensino básico – contavam com internet em suas dependências. Nas escolas particulares, a proporção era de 98%.

Como consequência disso, só 64% das escolas públicas disponibilizaram aulas ao vivo ou gravadas para seus alunos durante o ano letivo de 2020, fosse por meio da internet, do rádio ou da televisão. Em alguns estados, a proporção foi ainda menor. No Amazonas e no Pará, só 33% das escolas públicas ofereceram aulas remotas. Entre as escolas particulares, no Brasil todo, 88% promoveram esse serviço na pandemia.

Fontes: Pesquisa Datafolha encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Censo da Educação Básica 2020; Pesquisa “Resposta educacional à pandemia de COVID-19 no Brasil” (Inep).

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