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    ILUSTRAÇÃO: ANDRÉS SANDOVAL_2021

esquina

Templo da memória

Um museu judaico abre as portas em São Paulo

Carlos Adriano | Edição 184, Janeiro 2022

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A artista plástica Ruth Sprung Tarasantchi, de 88 anos, doou ao Museu Judaico de São Paulo, inaugurado em dezembro, toda sua coleção de arte, além de objetos significativos de sua trajetória pessoal – exceto um. Ela não conseguiu se desapegar da maleta de vime em que guardou, nos tempos que vivia na Europa, uma boneca e as roupinhas dela, costuradas por sua mãe.

Tarasantchi nasceu em Bugojno, na Bósnia-Herzegovina (então parte da Iugoslávia). Em 1941, sua família se mudou para Turim, na Itália, tentando fugir da perseguição nazista; porém, dois anos depois, ela, seus pais, Rudolf e Paula, e a irmã mais nova, Rachele, foram presos pelos fascistas e levados para o campo de concentração de Ferramonti, na região da Calábria. Felizmente, em 1943, os Aliados desembarcaram em solo italiano. A família foi libertada e em 1947 imigrou para o Brasil, onde seu pai, que era médico na Iugoslávia, abriu um laboratório de produtos farmacêuticos.

Em 1952, Tarasantchi naturalizou-se brasileira. Começou o curso de medicina, mas abandonou para estudar artes, especializando-se em gravura, restauro e história da arte. Em paralelo ao trabalho de artista e pesquisadora, ela cultivava a memória de sua família e dos judeus, o que a levou a participar da fundação do museu, desde que começou a ser cogitado, em uma reunião no clube paulistano A Hebraica. Em 2000, foi criada a Associação dos Amigos do Museu Judaico no Estado de São Paulo, que saiu ao encalço de um local para abrigar a instituição.

 

 

O primeiro espaço almejado foi a Casa Modernista, projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik (1896-1972), mas a opção acabou recaindo na Sinagoga Beth-El, erguida em 1929. Tarasantchi ficou encantada ao saber que o museu judaico ocuparia o prédio projetado pelo arquiteto Samuel Roder (1896-1985), seu professor na Escola de Belas Artes.

Próxima à área central de São Paulo, a sinagoga chama a atenção, com seu estilo bizantino e heptagonal, com os sete lados remetendo aos sete dias da Criação. Tombada pelo patrimônio histórico, nos últimos anos era frequentada muito esporadicamente pelas famílias judias, que preferiam evitar o Centro da cidade, optando por templos situados em regiões mais bem cuidadas e seguras, como as dos bairros Higienópolis e Jardins.

Nomeada diretora do acervo de arte e objetos do museu, Tarasantchi começou em 2013 a catalogar digitalmente tudo que estava guardado – parte em sua casa, parte em uma sala cedida por um advogado. “Era para ficar nesses lugares um ano, mas ficou dez”, ela contou. O acervo – focado na presença judaica no Brasil – contém cerca de 1 milhão de documentos, 100 mil fotografias, 20 mil livros, 2,5 mil objetos (religiosos, de arte e pessoais), 1,6 mil discos e 500 depoimentos gravados.

 

A adaptação da sinagoga para abrigar o museu levou vinte anos, por causa das dificuldades para encontrar patrocínios, que por fim chegaram. Mas a Associação dos Amigos do Museu Judaico teve que fazer duas campanhas de crowdfunding (financiamento coletivo) para ladrilhar a calçada e comprar os projetores de vídeo da cúpula da sinagoga.

“A construção de qualquer museu leva tempo”, justificou o diretor executivo da instituição, Felipe Arruda. “Essa demora se acentua num país como o Brasil, de democracia recente, política cultural frágil e institucionalidade instável, com recursos e atenção insuficientes voltados à memória e à diversidade cultural.” Às vésperas da inauguração, o presidente do museu, o médico Sergio Daniel Simon, não escondia a satisfação. “Finalmente São Paulo se junta ao grupo das grandes cidades europeias e norte-americanas, australianas e sul-africanas que têm um museu contando a história das comunidades judaicas locais”, disse ele.

 

A sinagoga foi construída num terreno em desnível, por isso três de seus cinco andares estão abaixo do plano da Rua Martinho Prado, onde fica a entrada. A estrutura original do templo, que não pode ser alterada devido ao tombamento, foi inteiramente preservada, mas acrescida de um anexo envidraçado com vista panorâmica para a Avenida Nove de Julho.

 

No térreo, o altar também foi mantido, mas como local de exposição de exemplares da Torá e do Talmude, livros sagrados dos judeus. Nos bancos onde se rezava foram instalados tablets para os visitantes lerem sobre as exposições e a cultura judaica. No mezanino, agora estão a biblioteca e o centro de referência multimídia. No primeiro subsolo ficam uma loja e um café, com petiscos judaicos.

Todos os andares oferecem exposições, que não se detêm apenas nas perseguições aos judeus, mas exibem a “pujança de uma cultura relegada e sua força no Brasil”, nas palavras de Marília Neustein, diretora de comunicação do museu. “Os judeus foram perseguidos em todas as épocas. É uma história que tem que ser conservada e mostrada. Não pode ser esquecida nunca. Mas não temos que viver pensando nisso”, completou Tarasantchi.

Algumas exposições são de longa duração, como A Vida Judaica (no térreo) e Judeus no Brasil: Histórias Trançadas (no primeiro subsolo). Outras são temporárias, como Inquisição e Cristãos Novos no Brasil: 300 Anos de Resistência (no mezanino) e Da Letra à Palavra (no segundo subsolo), com artistas brasileiros contemporâneos, judeus e não judeus.

 

Uma das atrações do museu fica no terceiro subsolo: a reserva técnica, onde está guardada a maior parte dos objetos das coleções. O local está aberto à visitação pública, como fazem excepcionalmente os museus judaicos de Viena e do Brooklyn, em Nova York, segundo Roberta Sundfeld, diretora de acervo e memória.

Ruth Sprung Tarasantchi conduziu a piauí no tour pelos tesouros. Ela apanhou um relógio redondo de bolso que um polonês de 13 anos escondeu na sola do sapato enquanto esteve preso em um campo de concentração, salvando o martelar das horas no compasso dos pés. “O objeto em si não vale nada, o que importa é a história que ele conta”, disse Tarasantchi.

A artista também mostrou um pequeno sino que sobreviveu às depredações feitas por nazistas em lojas judias e sinagogas da Alemanha na Noite dos Cristais, entre 9 e 10 de novembro de 1938. Tarasantchi pegou o sino e, sem aviso prévio, o balançou. No subsolo paulista, as badaladas miúdas do sino pareceram soar, 83 anos depois, como um alerta sobre o desatino político que atingiu o destino dos brasileiros.

Carlos Adriano

É cineasta e jornalista. Dirigiu O que Há em Ti e Santos Dumont: Pré-cineasta?, entre outros filmes

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