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    Carros do exército ucraniano atravessando a Praça da Independência, em Kiev, nesta quinta-feira (24) Foto: Daniel Leal/AFP

anais da guerra

“Não sei se vão jogar uma bomba na minha cabeça dentro de uma hora”

Mais de cem pessoas lotam representação do Brasil em Kiev em busca de ajuda para deixar o país

Monica Gugliano | 24 fev 2022_15h41
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Mais de cem pessoas, entre brasileiros e alguns argentinos, estão na Embaixada do Brasil em Kiev, capital da Ucrânia, tentando obter ajuda e orientações para deixar o país em meio ao ataque das tropas russas. A situação, segundo o embaixador brasileiro naquele país, Norton Rapesta, é muito tensa, e o trabalho diplomático está todo concentrado na busca de meios para ajudar essas pessoas, principalmente as que se encontram nas áreas de conflito, a se deslocarem em segurança.

“Aqui está tudo muito difícil. Não sei se vão jogar uma bomba na minha cabeça dentro de uma hora”, comentou Rapesta em uma rapidíssima conversa por telefone com a piauí, já depois dos primeiros ataques. O embaixador destacou que todas as informações oficiais sobre a situação na Ucrânia e os esforços para ajudar os brasileiros estão sendo anunciados oficialmente pelo Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.

Nas primeiras horas da manhã de hoje (o horário em Kiev é de 5 horas a mais em relação a Brasília), a Embaixada Brasileira em Kiev divulgou nota afirmando que o clima, “após os ataques a alvos militares e estratégicos por todo o país, é relativamente estável”. Também aconselha aos brasileiros que ainda tenham condições de deixar a Ucrânia por meios próprios que o façam, tendo o cuidado de se informar sobre a situação da segurança nas localidades onde se encontrem.

De acordo com estimativas do Ministério das Relações Exteriores, cerca de quinhentos brasileiros vivem na Ucrânia. São muitos empresários, estudantes, profissionais liberais e jogadores de futebol do Dínamo de Kiev e do Shakhtar Donetsk. O zagueiro Marlon, que joga no Donetsk, e outros jogadores, junto com suas famílias, divulgaram um vídeo ontem pedindo ajuda às autoridades brasileiras para deixar o país. No vídeo aparecem as mulheres dos atletas e algumas crianças.

Donetsk, no sudeste do país, é uma das regiões separatistas cuja independência foi reconhecida pela Rússia, e é também uma das mais afetadas pelo conflito. De acordo com agências internacionais, veículos militares russos se encontravam a aproximadamente 150 km da capital Kiev.

Na nota, a embaixada aconselha os brasileiros que residem na capital a permanecerem em suas casas, “tendo em conta os grandes engarrafamentos nas saídas da cidade”.

A íntegra da nota da embaixada: https://www.facebook.com/Brasil.Ukraine/

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