CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2023
Mísseis e girassóis
Uma brasileira em busca do amor na Ucrânia
Ana Clara Costa | Edição 199, Abril 2023
Carolina Cruz deixou mãe, irmãos e sobrinha em Rocha Miranda, bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 20 de outubro de 2022, para percorrer um caminho inusitado. No Aeroporto do Galeão pegou um voo para Amsterdã, na Holanda. De lá, partiu para Varsóvia. Saiu do aeroporto e tomou um táxi, que a deixou no terminal central de transportes da capital polonesa, onde embarcou num ônibus lotado para Lviv, cidade da Ucrânia na fronteira com a Polônia. “Será que vai dar certo? Me deixarão passar?”, pensou a jovem de 24 anos, ao entregar o passaporte aos agentes ucranianos. Era sua primeira viagem internacional, e ela temia que qualquer filigrana burocrática pusesse fim ao sonho arquitetado um ano antes, quando encontrou pela primeira vez, ao vivo, seu namorado, o ucraniano Oleksandr Kinebas, de 25 anos.
A Ucrânia estava sob ataque dos russos havia oito meses quando Carolina cruzou a fronteira. Em Lviv, ela tomou um ônibus com destino à capital, Kiev. O namorado a esperava na estação. Seguiram-se mais oito horas de trem até Dnipro, quarta maior cidade do país, que seria o lar de Carolina a partir de então. De Rocha Miranda a Dnipro, foram cinquenta horas de viagem.
Reportagens apuradas com tempo largo e escritas com zelo para quem gosta de ler: piauí, dona do próprio nariz
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