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    CRÉDITO: ANDRÉS SANDOVAL_2023

esquina

Sinais em quadrinhos

Grupo universitário do Paraná faz HQ para surdos

Amanda Gorziza | Edição 201, Junho 2023

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No antigo Egito, os surdos eram adorados como deuses, pois se acreditava que eles transmitiam mensagens secretas. Já os antigos romanos não os consideravam cidadãos e por isso eles eram destituídos de direitos no império. Na Idade Média, surdos foram escravizados e também queimados na Inquisição. Esses e outros episódios de preconceito e opressão figuram em História dos Surdos: Da Antiguidade à Idade Média, uma história em quadrinhos em formato digital lançada em abril no site da editora Letraria, com acesso gratuito.

A ação se passa na sala de aula e na biblioteca de uma escola bilíngue para surdos, na qual os alunos aprendem como as pessoas com deficiência auditiva eram tratadas – ou discriminadas – por diferentes povos, de 4 000 a.C. até o início da era moderna. Não se veem nesses quadrinhos os convencionais balões com a fala dos personagens: todos os diálogos se dão na Língua Brasileira de Sinais (Libras), com os gestos cuidadosamente desenhados.

O roteiro foi feito pelo professor Danilo da Silva Knapik, coordenador do curso de letras-Libras e pesquisador surdo da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os desenhos são da autoria de Viviane de Oliveira Angelino, também surda e recém-formada em letras (com ênfase em Libras) na mesma universidade. Tudo foi concebido e realizado em um curso de extensão chamado História dos Surdos em HQ, vinculado ao projeto institucional HQs Sinalizadas, na Faculdade de Letras da UFPR.

 

 

O projeto HQs Sinalizadas surgiu em 2016. Durante uma palestra sobre os artefatos culturais dos surdos, foi apresentada uma tirinha produzida por um estudante de Libras da universidade, Luiz Gustavo Paulino de Almeida. Na plateia, estava a professora ouvinte Kelly Priscilla Lóddo Cezar, que leciona no curso de licenciatura em letras-­Libras. Ela havia percebido que as pessoas da comunidade surda não se identificavam com as HQs existentes, nas quais os surdos aparecem esporadicamente, em geral apenas para indicar preocupação da história com a “representatividade” social.

Kelly Cezar se interessou pela tirinha de Almeida e o convidou a produzir uma nova história voltada para a comunidade surda. A ideia era criar quadrinhos bilíngues, com a língua de sinais como primeiro idioma e o português escrito como segundo. Para atender à comunidade, desenvolveu-se um gênero híbrido, que conjuga a ilustração, a sinalização dos personagens, a intensificação das expressões faciais e a escrita em português (de forma bem reduzida). Como os quadrinhos são online, também se empregam vídeos. Em História dos Surdos, por exemplo, as opiniões de filósofos como Aristóteles e Sêneca sobre a surdez são apresentadas por um intérprete, no YouTube. “Queremos que as crianças surdas possam ter as mesmas experiências com quadrinhos que as ouvintes têm”, diz Kelly Cezar.

Em 2018, foi lançada a primeira HQ do projeto, O Congresso de Milão, sobre um encontro internacional de educadores de surdos realizado na cidade italiana em 1880, no qual se resolveu banir as línguas de sinais das salas de aula, com consequências desastrosas para alunos de todo o mundo. Desde então, o grupo já publicou outras sete histórias em quadrinhos. Cada publicação conta com um dicionário de sinais em vídeo – um sinalário –, com os principais conceitos abordados nos quadrinhos.

 

As HQs sinalizadas possibilitam que a comunidade surda se reconheça nas narrativas, pois tantos seus criadores quanto os personagens são surdos. Os temas tratados dizem respeito à história, à cultura e à vida cotidiana dos mais de 10 milhões de brasileiros surdos. Mas o grupo não se limita à Libras e procura trabalhar também com outras línguas de sinais usadas no Brasil. Uma língua de sinais indígena foi o tema da HQ Séno Mókere Káxe Koixómuneti. Sol: a Pajé Surda, lançada em 2021.

 

O roteirista de História dos Surdos, Danilo Knapik, entrou na UFPR em 2014 como professor do curso de Libras e estudante de mestrado em educação. Sua trajetória universitária foi tortuosa. “Há muitas dificuldades no ambiente universitário para nós, surdos”, diz. Ele considera que as instituições educacionais não estão preparadas para a inclusão desse público, pois faltam intérpretes de Libras, uma língua reconhecida como meio de comunicação pela lei brasileira, mas sobre a qual a população em geral quase nada sabe. Em setembro passado, Knapik defendeu sua tese de doutorado em educação, Contexto Socioeducacional do Instituto Nacional de Educação de Surdos (1856-1868). Foi o primeiro surdo brasileiro a cumprir esse rito universitário em educação na UFPR expressando-se de forma bilíngue, em Libras e português.

Gestora do HQs Sinalizadas, Kelly Cezar também convidou Knapik para colaborar com o projeto. Além de roteirizar o lançamento mais recente, ele auxiliou nas HQs anteriores. Viviane de Oliveira Angelino, a desenhista, trabalha no projeto desde 2020. “As publicações representam uma grande oportunidade de compartilhar minha cultura e língua com outras pessoas, além de ajudar a promover a inclusão e a valorização da comunidade surda”, diz Angelino. As publicações estão sendo utilizadas em escolas bilíngues para surdos, no ensino de Libras para ouvintes, em aulas de semiótica e até em um curso de pós-graduação em psicologia da Universidade de Évora, em Portugal.

 

Knapik deseja que a HQ roteirizada por ele chegue até escolas e professores bilíngues, para que jovens surdos conheçam sua história. “Nós, surdos, lutamos diariamente e mostramos que somos capazes de fazer as mesmas coisas que os ouvintes. Podemos quebrar barreiras com mais respeito, igualdade e inclusão”, diz. A HQ ensina às crianças que essas conquistas foram um passo gigante na história – e que precisam ser aprofundadas.

Amanda Gorziza
Amanda Gorziza

Repórter da piauí

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