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Loucos por bananas

    Série Bananopolis_Moisés Barrios_2015

portfólio

Loucos por bananas

Na América Central, tomada pela pobreza, corrupção e autoritarismo, o trabalho dos artistas é um vigoroso grito de protesto

Carlos Dada | Edição 204, Setembro 2023

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Para quem não conhece a história da América Central, a arte de Moisés Barrios pode parecer banal. O artista guatemalteco de 77 anos recobre tudo (objetos, figuras, fundos, chão, ambientes) com as cores da casca de banana. Essa é a sua arte. Cadeiras pintadas com o amarelo brilhante da banana e as manchas amarronzadas da fruta madura. Figuras em forma de macaco constituídas por cascas de banana. Um retrato de Max Ernst em preto e branco, na capa do catálogo da retrospectiva do pintor alemão no Museu Moderna, de Estocolmo, se dissolve numa casca de banana que invade o papel como uma praga, engolindo tudo o que encontra pela frente para conquistar o mundo. Objetos, animais, pessoas: tudo derrete, desaparece sob a casca de banana e perde a sua identidade, rendendo-se à fruta onipresente, como a um fungo.

Basta pesquisar um pouquinho sobre a América Central e você descobrirá que, tal como grande parte do trabalho artístico da região (pintura, literatura, teatro, dança etc.), a arte de Barrios é uma declaração política enraizada na própria história.

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